Carta
encaminha pela FEAB ao jornal “Folha de S. Paulo”.
São
Paulo, 03 de setembro de 2012.
Senhores,
Tendo tomado
conhecimento do artigo do Colunista Sr. Enio Gaspari "A privataria arruina
a Biblioteca Nacional", de 02 de setembro, na Folha e São Paulo, em
primeiro lugar parabenizamos pela matéria, e gostaríamos de acrescentar outras
informações acerca desse capítulo da nossa grandiosa Fundação Biblioteca
Nacional (FBN).
A FEBAB
- Federação Brasileira das Associações de Bibliotecários, Cientistas da
Informação e Instituições contribuiu durante quase 8 anos na construção do
Plano Nacional do Livro e Leitura – PNLL, Plano este que pretendia integrar os
governos municipal, estadual e federal e sociedade civil na construção de uma
sociedade leitora.
Com a
mudança de Governo e saída do Sr. José Castilho Marques Neto (que era
Secretário Executivo do PNLL) o Plano ficou paralisado. Depois de quase dois
anos foi ”retomado” com outro foco, como Gaspari bem observou, de
fortalecimento da cadeia produtiva do livro e de investimentos no mercado
editorial. É importante mencionar que dentre muitas ações e atividades
previstas, estava a criação de um Instituto do Livro, Leitura e Bibliotecas,
mas ao invés disso o Sr. Galeno Amorim destituiu a Diretoria do Livro Leitura e
Literatura existente no MINC que hoje faz parte da Fundação Biblioteca
Nacional. O que foi pactuado visava o fortalecimento do acesso ao livro e
leitura de forma gratuita, por meio da modernização da rede de bibliotecas
públicas existentes no país, como também a capacitação de equipes e
profissionais para serem os mediadores da leitura, ficou, obviamente, esquecido.
Na
última Bienal do Livro em São Paulo, a Ministra Ana de Holanda anunciou
investimentos no ano de 2012 de cerca de 370 milhões na construção de uma
sociedade leitora, mas não informou o que realmente foi empenhado e executado.
Também é importante que seja esclarecido para a sociedade que além da gestão da
Biblioteca Nacional a Fundação é responsável pelo Sistema Nacional de
Bibliotecas Públicas para o qual há apenas um edital em vigor de R$
2.000.000,00 no qual os Sistemas Estaduais podiam inscrever propostas com o
limite de R$ 200.000,00 no máximo, com o compromisso de investir em 10
bibliotecas, o que significa R$20.000,00 para cada uma. Esses recursos são
inferiores ao valor do “kit” de modernização feito no Governo passado que
custava cerca de R$ 60.000,00.
Sem
deixar de salientar que as bibliotecas tiveram editais de modernização
aprovados pelo MINC em 2011 e não receberam os recursos, simplesmente foram
cancelados.
Outra
importante observação é que o Governo Lula retirou impostos do mercado editorial
visando a criação de um fundo – Fundo Pró-Leitura – cujo encaminhamento não foi
dado pela gestão atual. Esse fundo seria voltado ao fortalecimento da rede de
bibliotecas e na formação de mediadores de leitura.
Esperamos
que a Presidenta possa dar atenção a essa situação e mudar o rumo dessa
história.
Atenciosamente,
Sigrid
Karin Weiss Dutra
Presidente
Diretoria
FEBAB -Gestão 2011-2014
Rua
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