Desculpem a minha ignorância, mas alguém me sabe dizer com alguma certeza quais são as projecções da representatividade do Profissional da Informação no mercado de trabalho daqui a 5 ou 10 anos?
Para quem sai agora dos cursos de Licenciatura, Pós-Graduação ou Mestrado, quais são os projectos que estes jovens profissionais da informação estão abraçar?
Será que estão a ter algum acompanhamento por parte das associações de profissionais?
Era interessante se pudéssemos reflectir um pouco sobre estes pontos...
Para quem sai agora dos cursos de Licenciatura, Pós-Graduação ou Mestrado, quais são os projectos que estes jovens profissionais da informação estão abraçar?
Será que estão a ter algum acompanhamento por parte das associações de profissionais?
Era interessante se pudéssemos reflectir um pouco sobre estes pontos...
19 Comentários:
É uma boa pergunta. Poderia começar dizendo a sua experiência como profissional da informação
Seguindo o repto do comentário anterior, aqui fica uma breve resenha do meu percurso profissional:
De 2000 a 2005, trabalhei na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, do Município do Porto.
De 2005 a 2009, trabalhei na Divisão de Serviços Electrónicos dos Serviços de Documentação e Informação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
A partir de Fevereiro de 2009, passei a trabalhar nos Serviços de Informática do Município de Ponte de Lima, onde desempenho funções de Planeamento da concepção e gestão da informação dos websites; Gestão Documental; Gestão de Serviços; Exploração de Sistemas de Informação.
Como pode depreender o meu percurso tem sido bastante rico em termos de experiência, contudo, as questões persistem...
Você já ouviu falar num profissional chamado: GESTOR DA INFORMAÇÃO???
Acabei de montar um blog sobre esse profissional e sua graduação. Caso haja interesse acesse: www.gestordainformacaoufpr.blogspot.com
Ok???
ABRAÇO!!!
@ Caro Rubens,
A Gestão da Informação é apenas um dos campos de estudo e intervenção da Ciência da Informação. Este campo é paralelo à criação e desenvolvimento dos ramos aplicacionais da Ciência da Informação, como as Bibliotecas, Arquivos, Centros de Documentação, etc. Ou seja, os gestores de informação sempre existiram e não passam despercebidos à sociedade.
Parte da questão, a meu ver, prende-se mais com a estruturação dos planos curriculares dos cursos ministrados na nossa área. Devia haver mais flexibilidade nos planos em função da mutabilidade do comportamento informacional dos cidadãos, pois só assim poderemos intervir na melhoria das competências informacionais e das exigências infocomunicacionais que decorrem do consumo dos serviços de informação pelos cidadãos.
Tenho constatado a abertura de vários cursos na nossa área só porque estão na "moda" e atraem alunos (+ propinas e + financiamento), contudo, o plano curricular e o corpo docente deixam muito a desejar.
Quem é que garante a qualidade dos profissionais que saem para o mercado?
Deste modo, as questões persistem...
Falta uma reflexão estratégica (i.e: tentativa de construção de uma visão de longo prazo) sobre as profissões da "informação" e o seu valor no mercado de trabalho.
Acho que vou deixar uns contributos no meu blogue ainda hoje.
Paulo
acredito que essa é uma profissão que estará sempre em mutação devido ao seu caráter multidisciplinar. O profissional deverá ser especializar em função do trabalho que desenvolve no momento.
Em um país como o Brasil, com tantas diferenças entre regiões, o profissional da informação pode dispor da mais avançada tecnologia (São Paulo, Rio de Janeiro) ou em povoados no interior da Amazônia.
Por outro lado, concordo com você em relação aos currículos e docentes dos cursos dessa área: deixam muitíssimo a desejar aqui no Brasil também.
Abs.
Parece que a nossa profissão não vai para lugar nenhum ou fica no mesmo sítio.
Se mesmo antes de Bolonha as formações dos profissionais eram já muito desequilibradas entre si, no que dizia respeito aos conteúdos e até às próprias disciplinas, acho que então agora com a pressão do final dos antigos Cursos de Especialização em Ciências Documentais e dos "novos" Mestrados em CI, tudo ficou pior.
Ao longo dos últimos 3 anos tenho acompanho alguns colegas em diferentes cursos e na minha opinião não estamos em sintonia.
Pelo que me tenho apercebido no último ano a contratação dos novos profissionais está muito dependente dos empregadores, até porque a legislação para o maior deles (o Estado) foi alterada, podendo existir um risco de exclusão laboral.
Quanto à existência de acompanhamento por parte de alguma entidade desconheço qualquer tentativa nesse sentido. Ainda que instituições de ensino e profissionais devessem ser acompanhadas por alguma instituição com poder de decisão vinculativa. Urge tomar uma decisão quanto ao futuro da profissionais e aos profissionais do futuro.
Fianlmente uma boa discussão...
"associações de profissionais", qual a BAD? Já repararam que em Portugal não temos uma associação que realmente represente todos os profissionais?
Um dos problemas inerentes às carreiras é precisamente essa falta de associativismo que dê "peso" à "classe". Infelizmente as associações existentes apenas se preocupam em dar formações...
falamos numa ordem certo?
falamos muitas vezes isso em aula, visto que aqui em portugal nao temos uma ordem especifica de profissionais de informação que nos ajude a orientar.. mas como sempre nimguem da o passo a frente e luta realmente pelas coisas de modo a que se concretizem.
a verdade é que estou cansada de ouvir que nos somos presisos em todo o lado e que somos o futuro... pois sim...
mas ainda nimguem fala em nada concreto e em onde realmente podemos procurar emprego depois da licenciatura em CI
a questão resiste....
qual é o futuro?
caros, antes de sabermos se os cursos são bons ou não, não seria mais pertinente perguntar se há futuro em Portugal para um profissional da informação??
Licenciada em ciências da informação há meio ano, sem perspectivas de emprego, mas com enorme amor pela área...
Ao invés de tanto pessimismo(intrinseco pelos vistos ao povo português. Não sou boa portuguesa...desculpem) que tal começar mas é a tentar deitar mãos á obra , detectar os problemas e tentar soluções ? Afinal o nosso futuro passa por isso mesmo: dar resposta.
A informação é e será sempre a mais potente armada do universo e sempre existirá...portanto...não me parece que seja uma profissão com os dias amargurados. Haja coragem e inovação.
Bom ano,
Bem hajam
Paula
Penso que cada vez mais o Profissional de Informação precisa de conhecimentos mais profundos de informática. No meu percurso académico comecei com uma Licenciatura em Letras, depois a pós-graduação em Ciências Documentais e por fim (mas não para acabar) uma Licenciatura em Ciências da Informação. Se a nossa matéria prima é a informação, a nossa evolução terá de pelo menos segui-la. Considero seriamente tirar uma Licenciatura em Informática, de forma a ter todas as bases quer de matemática, quer de informática que me permitam criar aquilo que as necessidades informacionais dos utilizadores pedirem. De qualquer forma, é minha convicção que um profissional de informação não pode ficar apenas pelo seu percurso académico e existem muitas fontes quer formais, quer informais que devem permitir a sua constante evolução.
Profissional de informação = diversidade de situações de trabalho e de desenvolvimentod e competências especificas além de competências base.
Profissional = aquele que além da formação inicial, e/ou académica, sempre está a aprender a SER (deontologia incluída) e a SABER e a SABER FAZER /AGIR /INTERAGIR no seu campo profissional. Neste caso, a Informação em todo o seu largo espectro e cada uma das suas sub-áreas, algumas muitíssimo especializadas. E por isso todas as associações ou organizações de profissionais se preocupam não apenas com a formação contínua,mas também com ela, oferecendo-a e/ou validando-a, em formatos convencionais (cursos, etc) ou mais participativos (comunidades de prática, grupos de trabalho, secções, wikigroups, etc etc).
A questão é que provavelmente esta largura de espectro dificulta as coisas. Por exemplo na Saúde temos diferentes profissionais, com culturas profissionais distintas: médicos, enfermeiros, farmacêuticos, investigadores, administradores, psicólogos...
Jornalista é profissional da einformação, bibliotecário/documentalista, arquivista, informático/programador também... para só falar nestes exemplos...
Uma outra dificuldade é a confusão entre profissional e empregado/trabalhador numa determinada área dentro de uma organização - a questão do emprego, e noutros tempos, a questão das "carreiras" (emprego insticucionalmente delineado na sua evolução cronológica, funcional, remuneratória, hierárquica).
O que nos consola é que não estamos sós, e em muitos países os perfis profissionais estão em discussão e mutação.
E que gerir informação implica sempre mais que dominar técnicas.
Uma boa leitura inspiradora pode ser o Euro-referencial de competências I-D, resultado de uma colaboração, há uns anos, entre as 3 associações registadas em Portugal: APBAD, APEDIS, INCITE
http://files.incite.pt/worddoc/EuroReferencial_P.pdf
Concordo, Maria José, "gerir informação implica sempre mais que dominar técnicas" e também concordo com a afirmação do Paulo : "A Gestão da Informação é apenas um dos campos de estudo e intervenção da Ciência da Informação." Esta (CI) parece-me que tem essa abrangência a que a Maria José alude. Técnicas sim, mas mt +; inter- qq coisa, como interpretação, interacção. A CI, sim, é o tudo que nos falta, para actuar, para nos unirmos, para nos actualizarmos. Na nossa área, penso que já estamos a transpor a GI. Como prof. bibliot., além de gerir a BE, vejo-me a mediar info. com Departamentos, projectos da comunidade com a escola,... Penso que é nesse caminho que vamos. Que nome lhe daremos? Sei lá... Há o "CIO" (Chief Information Officer) - cf. Eisenberg e Miller (2002)-, que soa esquisito, pomposo, se calhar. Mas há-de haver outros termos para esse serviço. Não sei se concordam...
A Ciência da Informação é uma porta aberta para o desenvolvimento de um raciocínio lógico e uma moldura de uma personalidade enquanto profissional que, bem aproveitada, poderá ser traduzida na melhoria contínua de uma organização.
Sinceramente, eu vejo um papel de inovador no Profissional da Informação. Não o que se limita a efectuar as suas tarefas, o seu trabalho, mas o que sugere alterações (nem sempre acertadas, claro!) e catalisador de mudança. Questionar sempre, não por insatisfação, mas tentar encontrar meios para melhorar e optimizar os processos a que estamos afectos, e outros, como a natureza organizacional e a moldura estratégica de uma organização.
Naturalmente, terá de ser aliada a outras ciências. O domínio total da informática e da cultura da sociedade 2.0, noções de marketing (pessoal, das próprias ideias e também na divulgação) e capacidade de gestão (de tempo, de recursos) são fundamentais.
Hoje em dia a informação encontra-se ao alcance de todos. É esse o desafio: saber informar através dos meios existentes, saber interpretar, saber lidar e gerir, saber organizar. Temos de estar preparados para sermos as pessoas, dentro de uma organização, que temos acesso a mais documentos, mais informação, mais conteúdos. Temos de nos valorizar porque somos o centro da informação que todos procuram. Não somos os autores, mas somos os "coleccionadores" de informação.
E uma coisa é certa.. passado algum tempo, o nosso papel é imprescindível, primeiro porque todos sabem que quando necessitarem de algo que não encontram, nós saberemos como encontrar e fornecer, e segundo, porque adquirimos conhecimento muito vasto em muitas áreas e somos sempre uma voz importante, mesmo que por vezes discordante, porque nos reconhecem esse estatuto do benefício da dúvida, na nossa opinião..
Uma coisa CI dá - se bem trabalhada no período de aprendizagem - a vontade e a capacidade de estruturar. Seja documentos, seja opiniões, seja planificações. As ferramentas teóricas estão lá! A prática, bom.. isso já vai de cada um.
A Ciência da Informação é uma das profissões do futuro. O setor de TI, aliado ao desenvolvimento de novas tendências na área, como o cloud computing caminham para uma necessidade da existência deste setor nas empresas.
Lack strategic thinking (ie: trying to build a long-term view) about the professions of "information" and their value in the labor market.
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olá. Queria saber se um engenheiro da computação tem muita área de trabalho atualmente. E também se valorizado no mercado de trabalho.
Em resposta ao comentário de Margarida Botelho, penso que uma possível designação para o profissional formado em Ciência da Informação poderá ser o termo Informólogo.
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