terça-feira, 26 de maio de 2009

A Reforma de Lutero e a reforma do consumo




Aqui fica um trecho de um pequeno texto, relativamente curto, mas interessante:

A Reforma Protestante foi o resultado da passagem do livro manuscrito (Livro 1.0) para o livro impresso (Livro 2.0). Assim como vivemos hoje, havia uma luta básica pela liberdade.

Por Carlos Nepomuceno
[...]

Nada mais didático para entendermos o mundo atual, a chegada da internet (Web 1.0) e a explosão da colaboração (Web 2.0).

Veja que já conquistamos vários novos direitos com a rede, que começam uma grande reforma na relação do fiel (consumidor) com a sua Igreja (fornecedor de produtos e serviços), vários deles grandes monopólios, a saber:

  • temos hoje informações sobre a empresa pela web, seus diferentes produtos, o atendimento disponível, dados do manual, etc;
  • podemos comparar preços entre eles (vide sites como Bomdefaro, Buscapé, etc…);
  • conseguimos ler o que outros consumidores acham daquele mesmo produto;
  • ler mais opiniões da mídia especializada sobre o mesmo produto, tanto em português, como em outros idiomas;
  • podemos nós mesmos, ao consumir, expressar nossa opinião;
  • baixamos, copiamos, distribuímos o que é digital;
  • conseguimos ainda vender e revender ao mercado (Mercado Livre e agora com a Estante Virtual);
  • e, por fim, podemos comprar fora da nossa cidade ou do país.

Esse conjunto de informações pré-consumo e ações no mercado como também fornecedores faz do consumidor 2.0 um outro tipo de cliente completamente diferente para sacar o cartão de crédito do bolso.

Em resumo:

Não consumimos mais com a informação da Idade Mídia (termo usado pelo Luli). Temos mais informação para consumir. Estamos aprendendo a consumir com a informação da Idade da Rede Colaborativa! Sabemos mais do que o próprio fornecedor (corretor, médico, professor), que não está muitas vezes pronto para esse mundo.

E quando temos mais informação, estamos abertos à revolta, pois há uma raiva latente acumulada da exploração que sofremos no ambiente de conhecimento anterior.

  • Temos raiva de termos sido obrigados a comprar um CD com 20 músicas, a um preço abusivo, quando queríamos uma só;
  • temos ódio de termos pago a cada nova versão do Windows ou do Office um preço absurdo por algo cheio de bugs;
  • não gostamos de pagar por algo quando existe similar mais barato e melhor;
  • e vemos, por exemplo, parlamentares e governantes menos 2.0 fazendo gato e sapato com o nosso suado dinheiro.

As revoltas latentes se transformam e se transformarão em atos de rebeldia presentes e futuros.

  • Inventamos o software livre;
  • trocamos músicas e filmes pela Web;
  • pesquisamos, pesquisamos, comentamos, comentamos, ajudamos aos outros a terem cada vez mais informação para não serem enganados;
  • fazemos blogs e comunidades independentes criticando marcas, empresas, produtos, serviços, etc.

Os políticos terão também o seu troco. É uma questão de tempo e de Luteros 2.0 que aparecerão. Pelo simples prazer de nos vingar, de ajudar, de melhorar, de mudar. O recente escândalo das passagens no Congresso é algo nessa direção. As informações foram disponibilizadas na rede e o pessoal começou a estudar o assunto. Abriu-se a caixa de Pandora.

O consumidor 2.0 quer Empresas, Congressos, Governos 2.0 num mundo 2.0. Ou seja, ele antes de comprar, vai se informar muito mais do que na Idade da Mídia. Estamos abrindo as caixas lacradas do ambiente anterior, como é típico na passagem de um ambiente de conhecimento para outro.

Nesses momentos, com a rede, ganhamos a troca (consumidor-consumidor) e o acesso à informação antes secreta, fechada a sete chaves. E muito, muito mais opções no mercado.

[...]

Fonte: Webinsider

1 Comentários:

Luiz Claudio Franca dos Santos on 27 maio, 2009 disse...

Anacronismo!

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