sábado, 10 de fevereiro de 2007

O NEW YORK TIMES NÃO SERÁ MAIS IMPRESSO




Fonte: Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. A-22, 09 de fevereiro de 2007.

Nossa meta é fazer a transição do jornal impresso para a internet: essas foram as palavras do proprietário, presidente e editor de um dos maiores jornais do mundo. Apesar de ser dono de uma enorme fortuna, Arthur SuIzberger, à frente do The New York Times, se considera um homem estressado.

Os lucros do jornal vêm diminuindo nos últimos quatro anos, e o valor de mercado da companhia Times está encolhendo. No Fórum Econômico de Davos, na semana passada, o que começou como uma conversa informal terminou em uma analise sobre o mundo de Sulzberger e como ele vê o futuro de negócio de notícias.

Realmente não sei dizer se ainda estaremos imprimindo o Times daqui a cinco anos, disse o empresário em entrevista ao jornal israelense Haaretz. No lugar da preocupação, Sulzberger se concentra na melhor forma de fazer a transição para a Internet.

- A web é um lugar maravilhoso para trabalhar, e nós estamos liderando nesse meio. O empresário ressalta que o jornal não é mais central na vida urbana como era 10 anos atrás: - Antigamente, as pessoas tinham que ler os jornais para descobrir o que estava acontecendo. Hoje existem centenas de fóruns e sites com esta informação. Nós precisamos fazer parte desta nova comunidade e dialogar com o mundo online.

De fato, o The New York Times dobrou seus leitores online para 1,5 milhões por dia, enquanto os leitores do impresso estão em 1,1 milhão. O The New York Times já se lançou em uma jornada que apenas será concluída no dia em que a companhia decidir parar a impressão. Isso vai marcar o fim da transição. Será uma longa jornada, com muitos obstáculos. Se os classificados tem sido a maior fonte de renda para a imprensa, agora os lucros estão se movendo para a Internet. Como o anúncio da internet não gasta papel, tinta e distribuição, as companhias podem ganhar a mesma quantia, mesmo que tenham menos propagandas.

Su1zberger conta que na última vez que fez um investimento na impressão gastou cerca de U$ 1 bilhão. Os custos de sites não crescem nesta magnitude, explica.

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