sexta-feira, 29 de maio de 2009

Novo motor de busca


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A Microsoft vai lançar um novo motor de busca chamado Bing. Leia o que o New York Times escreveu sobre este novo motor de busca...
(...) Bing also extracts information from Web pages and presents it an easy-to-digest format. A search for U.P.S. will deliver a search box to track parcels, as well as a phone number for customer service. A search for “Terminator Salvation” will display movie times at nearby theaters. (...)


...bem como a entrevista sobre o Bing que o chief executive da Microsoft, Steven A. Ballmer, deu ao mesmo jornal
Q. Is there any type of search where you think that the new service really hits it out of the park?

A. There are some verticals where you can see it very vividly. You go search for anything that has to do with travel, particularly air travel. But I’m not trying to just point to one area. Because the real issue is, is there a way to do things remarkably different and remarkably better, for us, for Google, for anybody? Or are we just going to grind the relevance-o-meter up slightly? That’s why we still have so many queries that take well over 30 minutes to be satisfied.

I’m optimistic that we’re taking a big first step, and yet I want to be realistic, we’ve got to take a lot more steps, because this is not something where all the science and all the work happens overnight.


quinta-feira, 28 de maio de 2009

Apresentação de propostas de comunicações para o 10º Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas


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Informa-se que o 10º Congresso Nacional da BAD se subordinará ao seguinte tema: "Políticas da Informação na Sociedade em Rede".

A apresentação de propostas de comunicações, posters e painéis deverá ser feita de acordo com as seguintes regras:
  • a) Comunicações - resumo de 1000 a 1500 palavras;
  • b) Posters - resumo de 500 a 750 palavras;
  • c) Painéis – cada proposta deverá incluir: titulo, texto descritivo sobre os objectivos do painel, a problemática subjacente, comunidade profissional envolvida, moderador e, no máximo, 4 membros do painel.
Os prazos para apresentação de propostas, notificação da sua aceitação e entrega do texto completo são as seguintes:
  • a) Apresentação de propostas – 21 de Setembro de 2009;
  • b) Notificação aos autores da aceitação de propostas – 2 de Novembro de 2009;
  • c) Entrega do texto completo – 8 de Fevereiro de 2010.
Informação mais pormenorizada, incluindo os subtemas do Congresso, será incluída no 1º folheto do Congresso.

Mais informação sobre o congresso (pdf)

terça-feira, 26 de maio de 2009

A Reforma de Lutero e a reforma do consumo


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Aqui fica um trecho de um pequeno texto, relativamente curto, mas interessante:

A Reforma Protestante foi o resultado da passagem do livro manuscrito (Livro 1.0) para o livro impresso (Livro 2.0). Assim como vivemos hoje, havia uma luta básica pela liberdade.

Por Carlos Nepomuceno
[...]

Nada mais didático para entendermos o mundo atual, a chegada da internet (Web 1.0) e a explosão da colaboração (Web 2.0).

Veja que já conquistamos vários novos direitos com a rede, que começam uma grande reforma na relação do fiel (consumidor) com a sua Igreja (fornecedor de produtos e serviços), vários deles grandes monopólios, a saber:

  • temos hoje informações sobre a empresa pela web, seus diferentes produtos, o atendimento disponível, dados do manual, etc;
  • podemos comparar preços entre eles (vide sites como Bomdefaro, Buscapé, etc…);
  • conseguimos ler o que outros consumidores acham daquele mesmo produto;
  • ler mais opiniões da mídia especializada sobre o mesmo produto, tanto em português, como em outros idiomas;
  • podemos nós mesmos, ao consumir, expressar nossa opinião;
  • baixamos, copiamos, distribuímos o que é digital;
  • conseguimos ainda vender e revender ao mercado (Mercado Livre e agora com a Estante Virtual);
  • e, por fim, podemos comprar fora da nossa cidade ou do país.

Esse conjunto de informações pré-consumo e ações no mercado como também fornecedores faz do consumidor 2.0 um outro tipo de cliente completamente diferente para sacar o cartão de crédito do bolso.

Em resumo:

Não consumimos mais com a informação da Idade Mídia (termo usado pelo Luli). Temos mais informação para consumir. Estamos aprendendo a consumir com a informação da Idade da Rede Colaborativa! Sabemos mais do que o próprio fornecedor (corretor, médico, professor), que não está muitas vezes pronto para esse mundo.

E quando temos mais informação, estamos abertos à revolta, pois há uma raiva latente acumulada da exploração que sofremos no ambiente de conhecimento anterior.

  • Temos raiva de termos sido obrigados a comprar um CD com 20 músicas, a um preço abusivo, quando queríamos uma só;
  • temos ódio de termos pago a cada nova versão do Windows ou do Office um preço absurdo por algo cheio de bugs;
  • não gostamos de pagar por algo quando existe similar mais barato e melhor;
  • e vemos, por exemplo, parlamentares e governantes menos 2.0 fazendo gato e sapato com o nosso suado dinheiro.

As revoltas latentes se transformam e se transformarão em atos de rebeldia presentes e futuros.

  • Inventamos o software livre;
  • trocamos músicas e filmes pela Web;
  • pesquisamos, pesquisamos, comentamos, comentamos, ajudamos aos outros a terem cada vez mais informação para não serem enganados;
  • fazemos blogs e comunidades independentes criticando marcas, empresas, produtos, serviços, etc.

Os políticos terão também o seu troco. É uma questão de tempo e de Luteros 2.0 que aparecerão. Pelo simples prazer de nos vingar, de ajudar, de melhorar, de mudar. O recente escândalo das passagens no Congresso é algo nessa direção. As informações foram disponibilizadas na rede e o pessoal começou a estudar o assunto. Abriu-se a caixa de Pandora.

O consumidor 2.0 quer Empresas, Congressos, Governos 2.0 num mundo 2.0. Ou seja, ele antes de comprar, vai se informar muito mais do que na Idade da Mídia. Estamos abrindo as caixas lacradas do ambiente anterior, como é típico na passagem de um ambiente de conhecimento para outro.

Nesses momentos, com a rede, ganhamos a troca (consumidor-consumidor) e o acesso à informação antes secreta, fechada a sete chaves. E muito, muito mais opções no mercado.

[...]

Fonte: Webinsider

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tudo uma questão de... dinheiro


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Google Book-Scanning Pact to Give Libraries Input on Price

In a move that could blunt some of the criticism of Google for its settlement of a lawsuit over its book-scanning project, the company signed an agreement with the University of Michigan that would give some libraries a degree of oversight over the prices Google could charge for its vast digital library.
(...)
The American Library Association, which has asked the court to oversee aspects of the settlement, said the new agreement is a step in the right direction but is insufficient to ensure that Google does not set artificially high prices for its digital collection.
in The New York Times

Será que o "peso" da ALA advém da designação "bibliotecas" e não "bibliotecários"...?

Leia a totalidade do artigo do The New York Times

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Novo motor de pesquisa responde a perguntas e faz cálculos


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Wolfram Alpha é o novo motor de pesquisa na Internet, que já está disponível, com "terabites de dados factuais" preparados para dar respostas a perguntas e fazer cálculos e comparações. O novo site apresenta-se como "motor de conhecimento computacional", porque dá respostas directas a perguntas e não uma lista de sites, como acontece noutros motores de pesquisa, como o Google. [...]

O motor de pesquisa faz, em poucos segundos, cálculos matemáticos de diferentes graus de dificuldade e comparações entre dois termos. Como exemplo, uma pesquisa com as palavras "Lisboa Porto" dá como respostas a distância entre as duas cidades, a sua localização num mapa de Portugal e dados sobre cada uma das cidades, como população, altitude e região em que se encontram.

O Wolfram Alpha permite também comparar informações relevantes de duas empresas, nomeadamente cotações na bolsa, volume de negócios, lucros, dividendos e número de funcionários. A maior parte da informação é, contudo, ainda sobre os Estados Unidos, estando todas as respostas em inglês.

Na apresentação do projecto, Stephen Wolfram negou que pretende concorrer e ultrapassar o Google, afirmando que o objectivo do novo motor é dar informação cada vez mais útil sobre todas as áreas do conhecimento humano.

Notícia completa em: Ciência Hoje

terça-feira, 19 de maio de 2009

Inauguração da Biblioteca José do Patrocínio na Fundação Zumbi


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O presidente da fundação, Jorge Luiz dos Santos, informou que a biblioteca nasce pequena, mas que futuramente, vai se tornar centro de referência de pesquisa. Entre as doações que a biblioteca recebeu, estão as da Casa Brasil Portugal, Editora FTD e do cantor e compositor e escritor Martinho da Vila.
Jorge Luiz explica que inicialmente, a biblioteca temática conta com cerca de 200 livros. "A nossa intenção é montar um grande acervo e ter uma biblioteca que sirva de fonte de pesquisa para estudantes e pesquisadores. Este é o início de um projecto que vai resultar em um centro de referência de pesquisa", declara.
Aceda à notícia completa em: Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, RJ

Informação disponibilizada pela colega e amiga Dr.ª Josely Vasconcelos

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Governo aprova proposta de Lei do Cibercrime


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Segundo a proposta de Lei, a difusão de vírus passa a ser crime e a PJ terá um organismo próprio para lidar com a cibercriminalidade.

O Conselho de Ministros aprovou a proposta de Lei do Cibercrime, segundo a qual passa a ser punida a difusão de vírus informáticos.

Práticas como a programação e difusão de vírus ainda não tinham consagração legal, e passam, agora, a ser contempladas no novo diploma, que revoga a lei da criminalidade informática que já existia.

Por outro lado, a Polícia Judiciária passará a ter um organismo especialmente dedicado para lidar com a cibercriminalidade, que funcionará para cooperar internacionalmente nesta matéria e assegurar a aplicação da lei portuguesa.

Entre as possibilidades contam-se a intercepção de comunicações, em processos relativos a crimes informáticos ou cometidos através de sistema electrónico.

Fonte: Exame Informática

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Falsa revista


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Falsa revista financiada por laboratório farmacêutico

Investigação da revista The Scientist aponta para uma publicação por demais suspeita, patrocinada pela indústria farmacêutica Merck, na gigante editorial de revistas científicas Elsevier Rubens Pazza e Karine Frehner Kavalco escrevem para o “Observatório da Imprensa”:
Duvidar da eficácia, segurança e resultados divulgados pelas empresas farmacêuticas, sem qualquer base, pode ser taxado de extremismo. O caso em questão parece teoria da conspiração, mas, infelizmente, trata-se da mais pura verdade. Denunciada inicialmente há algumas semanas pelo jornal The Australian, uma investigação da revista The Scientist aponta para uma publicação por demais suspeita, patrocinada pela indústria farmacêutica Merck, na gigante editorial de revistas científicas Elsevier.
Cientistas, médicos e acadêmicos foram recrutados pela empresa farmacêutica Merck para endossar artigos que atestam a segurança do seu medicamento Vioxx. Este antiinflamatório, lançado em 1999 e usado por cerca de 80 milhões de pacientes, teve muito sucesso por ser eficiente e não causar problemas estomacais. No entanto, após várias denúncias de problemas cardíacos causados pelo seu uso, o produto foi retirado do mercado em 2004.
A denúncia da manutenção de um periódico destinado à promoção dos produtos da Merck veio à tona durante o julgamento da indústria, em processo por causa dos efeitos colaterais deste medicamento, e foi primeiro divulgada no jornal The Australian, no dia 9 de abril deste ano.De acordo com a denúncia, a Merck, Sharp and Dohme Austrália (MSDA) teria patrocinado vários números de uma publicação da Excerpta Medica, uma subdivisão da gigante editorial Elsevier – a revista Australasian Journal of Bone and Joint Medicine. A revista não é indexada no Medline e não tem website.
Valor do patrocínio não foi reveladoNo dia 30 de abril, a revista The Scientist publicou alguns trechos do depoimento do médico australiano George Jelinek, membro de uma associação de editores, que fez a análise das publicações.
No depoimento, Jelinek afirma que mesmo para muitos especialistas, os artigos publicados entre 2003 e 2004 parecem tratar de artigos científicos perfeitamente genuínos, que passaram por revisão aos pares, o método tradicional de publicações científicas.
No entanto, o médico afirma que "somente uma inspeção profunda das revistas, juntamente com o conhecimento das revistas e convenções de publicações médicas, permitiram que eu pudesse determinar que a revista não era, de fato, uma publicação médica avaliada por pares, mas sim, uma publicação de marketing para a Merck, Sharp and Dohme Australia (MSDA)".
Jelinek também notou que quatro dos 21 artigos do primeiro número da revista eram sobre o medicamento para osteoporose Fosamax (marca registrada de Merk, Sharp and Dohme Australia, certamente). No segundo número, dos 29 artigos, nove eram sobre o Vioxx e 12 sobre o Fosamax. Todos os artigos apontam conclusões positivas para os produtos da MSDA. Outro caso interessante são alguns artigos de revisões publicados, contendo apenas uma ou duas referências, assinados por B & J editorial. Assume-se que B & J sejam as iniciais de Bone and Joint, parte do nome da referida revista. Trata-se de um mecanismo interessante para que os proprietários da revista exponham suas opiniões podendo passar despercebidos por leitores desavisados. Estas publicações podem ser caracterizadas como puro marketing, e nada de científico.
De acordo com as explicações da MSDA, a Elsevier compreende que esta seja uma publicação complementar que leva resumos e compilações de artigos publicados em outras revistas avaliadas por pares e publicadas pela editora, incluindo a respeitada revista Lancet.
Entretanto, a Elsevier afirma que não considera uma publicação de compilações como sendo uma revista científica. Embora não apareça em nenhum número da revista, tanto a Elsevier quanto a MSDA afirmam que a publicação era patrocinada pela MSDA, mas o valor não foi revelado."Teorias da conspiração"Como se não bastasse esta revista, a Elsevier admitiu que publicou entre 2000 e 2005 seis revistas patrocinadas por indústrias farmacêuticas que pareciam ser revistas avaliadas por pares, mas não divulgavam o patrocínio.A editora afirma estar reexaminando suas publicações após as denúncias de irregularidades, mas, embora tenha divulgado as revistas patrocinadas, não divulgou quais as empresas farmacêuticas eram patrocinadoras.As publicações científicas sérias, avaliadas por pares, em geral podem ser de duas formas. Pagas por propagandas e assinatura das revistas e venda de reprints (excerto de determinado artigo individualmente); ou pagas pelos autores e liberadas ao público, em geral gratuitamente.Não é incomum que as empresas patrocinem números suplementares em revistas indexadas e avaliadas por pares, com compilações de artigos publicados que sejam interessantes para ela, para que possam divulgar e distribuir tais artigos gratuitamente.Essa prática está associada à divulgação da empresa, o que faz com que os leitores tenham em mente que se trata do "lado bom" dos resultados de seus produtos, não descartando um possível "lado ruim".
No entanto, o caso da Merck e das outras cinco publicações da Elsevier não passa de puro marketing, com o propósito de enganar os leitores, pela não divulgação de quem está patrocinando a publicação. Ou seja, tal prática pode fazer com que os leitores achem que não há um "lado ruim" no uso destes medicamentos.
É interessante que nada disso tenha sido divulgado pela imprensa brasileira. O que parece uma teoria da conspiração, neste caso, trata-se da mais pura verdade. E o silêncio da imprensa nacional pode reforçar as especulações com relação a outras teorias da conspiração envolvendo corporações...(Observatório da Imprensa, 12/5)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Brasil: bibliotecas públicas para todos?


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Biblioteca para todos?
Fonte: CulturaeMercado. Data: 8/5/2009.
URL: http://www.culturaemercado.com.br/post/biblioteca-para-todos/comment-page-1/
MinC anunciou semana passada que o Brasil irá zerar o número de municípios brasileiro sem bibliotecas. Entrevistei o antropólogo Felipe Lindoso, especialista no assunto: “deve-se reconhecer, e dizer claramente, que o governo do Presidente Lula foi o que mais instalou bibliotecas públicas na história do país. Isso é altamente positivo e louvável, sem dúvida nenhuma. Só que o programa, como vimos, não apenas é medíocre na formatação e na sua execução, como também tem um caráter centralizador e autoritário”.
Leonardo Brant - O que representa para o país zerar os municípios sem biblioteca?
Felipe Lindoso - Do ponto de vista simbólico, é muito importante. Revela, sem dúvida, um esforço para eliminar algo que eu coloco como uma das vergonhas nacionais, isso de existir algum município que não tenha nem mesmo uma mísera biblioteca como equipamento cultural.
Mas, no caso, é importante considerar algumas outras coisas. Em primeiro lugar, o número de municípios “sem bibliotecas” é algo discutível. Não existe um sistema de informação dentro da Biblioteca Nacional ou do Ministério da Cultura que informe efetivamente sobre isso.
Em segundo lugar, o chamado Sistema Nacional de Bibliotecas é uma ficção, com algumas bibliotecárias lotadas no Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional, sem meios nem condições de efetivamente administrar um sistema. Deficiência que se repete nos estados, com as proverbiais honrosas exceções. As bibliotecas estaduais, que seriam as “cabeças” do sistema em cada unidade federativa, também não estão aparelhadas para saber o que acontece nos municípios. Até porque esse sistema não existe.
Em terceiro lugar, o levantamento dos municípios “sem bibliotecas” foi feito a partir dos dados do IBGE que constatavam a existência ou não – do ponto de vista formal – de biblioteca em cada município. Não existe nenhuma maneira do MinC saber quais bibliotecas efetivamente funcionam, e se estão pelo menos abertas ao público. Ou seja, existe um número indeterminado de municípios que, de fato, não possuem uma biblioteca aberta ao público e isso não está equacionado. Existem prefeitos que simplesmente não se importam com a questão da biblioteca pública, e entre os quase seis mil municípios provavelmente existem prefeitos que detestam a ideia de por livros ao alcance da população.
Por isso mesmo, anunciar que no dia 25 de junho o MinC vai “zerar” o número de municípios sem biblioteca é algo temerário. O Presidente Lula pode ser induzido a participar de uma cerimônia furada.
LB - O processo de implementação dessas novas bibliotecas atende às necessidades e interesses de cada região?
FL - Não. O processo foi totalmente centralizado na Biblioteca Nacional. A ideia original era que pelo menos 10% do acervo fosse “regionalizado” e nem isso foi feito. Os acervos foram totalmente definidos no Rio de Janeiro, por comissões de especialistas – competentes e com as melhores intenções, mas cheios da autossuficiência de quem sabe o que é “bom” para formar o “leitor crítico” que existe na cabeça deles. A ideia de que a biblioteca é um serviço público, que deve atender às necessidades dos leitores e, ao mesmo tempo, proporcionar os meios para ampliação do seu universo cultural, é um conceito estranho para os leiturólogos, como eu chamo. Na cabeça deles, livro bom é o que eles consideram assim, sem atentar para a diversidade de interesses, necessidades espirituais, emocionais e de conhecimento que possam ter os cidadãos espalhados por esse imenso país.
Ninguém se toca do ridículo que é mandar o mesmo acervo para Urucurituba, no Amazonas, Zédoca, no Maranhão, Ceres em Goiás, ou para os municípios do Pontal do Paranapanema ou do Vale do Ribeira em S. Paulo, ou da fronteira com o Uruguai no Rio Grande do Sul, etc.
LB - Quais os principais problemas das bibliotecas hoje no país?
FL - A lista é enorme, mas posso sintetizar no seguinte grupo de questões:
1) A quantidade de bibliotecas. Não se pode ter a ilusão de que “uma biblioteca por município” seja uma resposta adequada. É importante, como já disse, resolver esse problema básico. Mas o planejamento de uma cobertura adequada de bibliotecas pelo território nacional está longe de ser sequer pensado, muito menos colocado no papel e com meios de ser executado.
A quantidade de bibliotecas é uma razão entre o número de habitantes de uma determinada área, o tipo de cobertura dado pelas bibliotecas escolares – que aqui no Brasil, como essa esquizofrenia de separar educação da cultura, inclusive administrativamente, não é sequer computado quando se fala em bibliotecas públicas; a densidade populacional – que pode exigir unidades móveis ou postos avançados em regiões menos povoadas, mas nem por isso menos carentes – e a estruturação de tipos de bibliotecas públicas, com mais acervos e equipamentos que possam subsidiar as menores com a circulação de exemplares, programas de capacitação do pessoal e de formação de leitores. Só a partir dessas considerações, que nascem da análise da situação de cada município, seria possível definir a quantidade e o formato das bibliotecas necessárias.
2) A questão dos acervos. Que pode ser dividida em duas partes.
Primeira: a quantidade. O documento “The Public Library Services – IFLA UNESCO Guidelines for development”, que é o documento básico para a constituição de uma política pública para bibliotecas, publicado pela IFLA – International Federation of Librarians Association/UNESCO (Federação Internacional de Associações de Bibliotecários/UNESCO), de 1997, declara que “como regra geral uma coleção de livros deve ter entre 1,5 a 2,5 livros per capita. O estoque mínimo para o menor ponto de serviço não deve ser menor que 2.500 livros”. Ou seja, o acervo adquirido pela Biblioteca Nacional para o programa dos municípios (2.000 títulos) está abaixo até mesmo desse mínimo. A conta é simples: o conjunto das bibliotecas públicas brasileiras deveria ter, pelo menos, entre DUZENTOS E OITENTA E SEIS MILHÕES e QUATROCENTOS E SETENTA E SETE MILHÕES de exemplares. Na verdade deveria ser mais, considerando a densidade populacional de alguns municípios.
Ninguém sabe qual o acervo existente nas bibliotecas brasileiras. Mas pode ser afirmado, com toda certeza, que: a) está MUITO abaixo desse mínimo e; b) o estado das coleções, em termos de sua atualização, é péssimo.Qualquer programa que não pense pelo menos nesses termos é simplesmente medíocre. Parte, sim daquele “complexo de vira-latas” do qual falava Nelson Rodrigues e que, felizmente, está sendo superado em outras áreas. Mas não no que diz respeito às bibliotecas públicas.
Segunda: a qualidade. Apelo, mais uma vez, para o documento IFLA/UNESCO: “As bibliotecas públicas são serviços localmente baseados para o benefício da comunidade local e devem proporcionar informações para essa comunidade. Os serviços e coleções que proporcionam devem estar baseados nas necessidades locais, que devem ser avaliadas regularmente. Sem essa disciplina a biblioteca pública perderá o contato com aqueles aos quais deve servir e, como resultado, não serão usados em toda sua potencialidade”. Dessa diretiva decorre necessariamente que os acervos adquiridos por um poder central, sem considerar as necessidades locais e reais dos usuários, é simplesmente fruto de uma postura autoritária e elitista, na pior das hipóteses, ou simplesmente preguiçosa e imediatista.No caso brasileiro, para mim, é a combinação dos dois casos. Autoritária e imediatista porque acha que uma congregação de “sábios especialistas” pode dar conta da grande diversidade local. Aliás, os sábios especialistas na verdade não estão preocupados em atender a essas necessidades locais. Simplesmente partem de sua concepção do que sejam livros “bons”, “de qualidade” para definir o que vão comprar. E os leitores que se deem por felizes de ser o objeto dessa preocupação dos sábios e leiam o que os sábios querem, e não o que eventualmente eles mesmos queiram ler.
3) Sistemas de bibliotecas, cooperação e compartilhamento de recursos. Mais uma vez deve-se observar o que diz o documento da IFLA/UNESCO:
“Cada coleção de uma biblioteca é, em alguma medida, única. Nenhuma coleção pode conter todos os materiais que os membros de seu público requerem. As bibliotecas, portanto, podem aumentar significativamente seus serviços aos usuários proporcionando-lhes acesso às coleções de outras bibliotecas. As bibliotecas podem participar de esquemas de compartilhamento de recursos em qualquer nível, local, regional, nacional e internacional, que envolvam bibliotecas de um amplo raio de organização com recursos de informação. A biblioteca deve também deixar sua coleção disponível para empréstimo para outras bibliotecas através da participação em uma rede, por exemplo, com catálogo unificado ou numa rede local de provedores de informação, tais como as escolas, faculdades e universidades”.
Para os formuladores do documento IFLA/UNESCO, a organização de redes de bibliotecas é um componente da maior importância na formulação e execução de uma política de bibliotecas públicas. Os sistemas de informática, certamente, tornam essa tarefa muito mais fácil.
No programa de bibliotecas, a BN fornece um programa de informática, o Biblivre. O programa acompanha o kit enviado para cada uma das novas bibliotecas. No site do Biblivre estão listadas 705 bibliotecas – nem todas públicas, há desde escritórios de advocacia a colégios particulares e pessoas físicas – que instalaram (ou estão instalando) o programa. Obviamente nem todas as bibliotecas que receberam o Biblivre o instalaram. E das que instalaram, várias não o usam. Conheço vários casos, pessoalmente e por contatos com os responsáveis, de bibliotecas que se recusam a instalar o programa, por considerarem-no ineficaz.
E o melhor exemplo disso, certamente, é a própria Biblioteca Nacional, que não usa o programa. O MinC informa que entre 2004 e 2007 instalou 830 novas bibliotecas no programa “Livro Aberto”, que é o nome oficial do programa que irá “zerar” os municípios sem bibliotecas públicas. E que até este ano – já anunciaram a data, 25 de junho – terão sido entregues 1.173 kits desse programa.
Vale uma anedota. Em 2008 estive em Sergipe para estudar a possibilidade de um programa de bibliotecas públicas em todos o estado. Uma das cidades visitadas, Barra dos Coqueiros, fica em frente a Aracaju e tinha recebido um dos kits da BN. A encarregada, feliz da vida com os livros, as estantes, a TV de 29” e o computador. Mas… Ela não conseguia instalar o Biblivre, então em sua primeira versão. Mandou uma correspondência para a BN pedindo instruções. Resposta: que a prefeitura contratasse uma empresa de informática para instalar e configurar o programa.
É software livre da BN! Livre e gratuito, desde que a prefeitura contrate uma empresa de informática para fazer a instalação.
Já está na segunda versão, e pelo descritivo parece – em tese - ter melhorado muito. Só que, curiosamente, entrando nos poucos sites de bibliotecas listadas como usando o Biblivre, foi impossível fazer qualquer tipo de consulta de acervo. Aliás, o único acervo que consegui consultar foi o da Biblioteca da Universidade Católica de Goiás, listada como uma das que usa o Biblivre. Só que o software que dava acesso ao catálogo era o sistema archerLib, de uma empresa privada.
Em resumo, o programa não funciona a contento. Ou, melhor dito, é uma espécie de “faça-o-que-digo-mas-não-faça-o-que-faço”. Por um lado, pode funcionar muito bem para uma biblioteca isolada. Inclusive, pela descrição que existe no site, pode fazer consultas pelo protocolo Z39.5. Esse protocolo internacional permite consultas ao banco de dado de outras bibliotecas que abram o acesso, e assim compartilhar dados bibliográficos. As grandes bibliotecas do mundo abrem esse acesso, como é o caso da Library of Congress, dos EUA, a Bibliothèque Nationale da França, dezenas de importantes bibliotecas universitárias e bibliotecas nacionais de vários países. O protocolo Z39.5 é, assim, um inestimável instrumento de catalogação, pois permite importar os registros catalográficos já feitos por bibliotecários renomados, segundo as melhores técnicas. Ao bibliotecário local cabe, eventualmente, traduzir para o português e “pendurar” o seu exemplar, como diz o jargão, em seu próprio acervo.
Pois bem, a Biblioteca Nacional não disponibiliza acesso ao protocolo Z.39.5. E nenhuma das grandes bibliotecas universitárias brasileiras. O sistema da USP só permite o uso do Z39.5 dentro do seu próprio sistema. O único acesso de registros bibliográficos é o dado pelo Sistema Brasileiro de Registros Bibliográficos On-Line, um projeto privado do qual faço parte, juntamente com o Alexandria On-Line, um programa de gerenciamento de sistemas de biblioteca, e que permite o acesso gratuito ao banco de dados de livros catalogados. Ou seja, o bendito programa patrocinado pela BN prevê o uso de instrumentos que ela não permite usar. Como diria aquele personagem do programa cômico do Jô Soares, é “chose de loque!”
O Biblivre, mais do que isso, não permite a formação de sistemas de bibliotecas. Não gerencia o empréstimo interbibliotecas. Não forma um “catálogo cooperativo” que possa ser efetivamente usado pelos usuários. Em uma palavra, o programa MinC/Biblioteca Nacional não satisfaz também a esse requisito do documento IFLA/UNESCO.
LB - Estamos no caminho correto para solucionar esses problemas?
FL - Sim e não. Deve-se reconhecer, e dizer claramente, que o governo do Presidente Lula foi o que mais instalou bibliotecas públicas na história do país. Não se vê um esforço nesse sentido desde a época do antigo Instituto Nacional do Livro. Isso é altamente positivo e louvável, sem dúvida nenhuma.
Só que o programa, como vimos, não apenas é medíocre na formatação e na sua execução, como também tem um caráter centralizador e autoritário. Mas o que é pior, não prevê de fato nenhum sistema de avaliação, acompanhamento, capacitação. O que é feito deve-se à iniciativa de algumas bibliotecárias, algumas dirigentes de bibliotecas públicas estaduais ou sistemas municipais, que possuem uma visão abrangente e dinâmica das bibliotecas públicas e fazem o possível para se virar com o que o MinC proporciona.
O MinC está desaparelhado institucional e tecnicamente para efetivamente montar um Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. A Biblioteca Nacional teima em manter na sua estrutura um pseudo sistema que não funciona, e se restringe a organizar alguns encontros e a repassar os livros que são publicados com projetos de incentivos fiscais, dos quais 10% da tiragem é enviada à BN como contrapartida, e a montar as listas dos sábios para a aquisição.
LB - Há uma relação direta entre a Lei Rouanet e as bibliotecas públicas? O que acontecerá com as bibliotecas com o fim da Lei?
FL - Já escrevi e me manifestei várias vezes que um dos grandes problemas da Lei de Incentivos Fiscais é o foco na produção de bens culturais, muito maior do que o que deveria existir na circulação e acesso desses bens culturais. A lei deveria ser muito mais indutiva para incentivar a circulação e o acesso do que é.
Quanto ao uso da Lei Rouanet para programas de biblioteca, nada melhor que a transcrição de pareceres da Biblioteca Nacional para projeto que apresentei para desenvolvimento de programas de bibliotecas.
Não vou alongar a história. Já tinha sido aprovado anteriormente, através da Associação Cultural Basílio da Gama, da qual sou presidente e que foi constituída para desenvolver esse tipo de programas - um projeto para desenvolvimento de sistemas de bibliotecas, usando um módulo de “banca-biblioteca” para instalar um ramal de biblioteca em local de difícil acesso. Com esse projeto foram instaladas bancas-bibliotecas nos municípios de Suzano, Hortolândia, São Caetano do Sul, São Bernardo e Osasco, em S. Paulo (com patrocínio da Petrobrás) e em Volta Redonda, no Rio de Janeiro (com o patrocínio da White Martins).
Mais que a simples instalação de uma banca-biblioteca, porém, o projeto induzia as prefeituras a começar a desenvolver seu sistema de bibliotecas municipais, com a implantação de um gerenciador de sistemas de bibliotecas, o Alexandria Online. Que, aliás, é o usado pela Prefeitura Municipal de São Paulo para seu sistema de bibliotecas, e permite consultas, via internet, de todo o acervo catalogado.
Como é fartamente sabido por quem lida com projetos culturais, o processo de aprovação no Ministério da Cultura leva meses. Por isso mesmo, as instituições que desenvolvem projetos mais genéricos procuram ter projetos aprovados de antemão para que, quando surge a oportunidade de conseguir um patrocinador, a ação seja viável. Assim sendo, apresentamos um projeto para deixar tudo pronto para que se buscasse patrocinadores e também se definisse o local (município) onde estas poderiam ser instaladas.
Pois bem, o projeto foi protocolado em novembro de 2006, em S. Paulo, na Delegacia do MinC.
Recebeu, inicialmente, um parecer favorável à sua execução e foi enviado à Brasília. Aí começou a via-crúcis. Sabe-se lá por que razão o parecer da técnica de S. Paulo foi desconsiderado e em fevereiro do ano seguinte (três meses depois de protocolado) foi enviado pelo coordenador do Pronac na BN, Sr. Ubaldo Santos Miranda para análise do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.
A via-crúcis começou a virar samba do crioulo-doido. Parecer assinado pela Sra. Ilce G. M. Cavalcanti, bibliotecária e Coordenadora-Geral do SNBP, do qual transcrevo os trechos relevantes:
“A proposta colocada é interessante, porém vai de encontro as ações desenvolvidas pelo SNBP/FBN (Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas/Fundação Biblioteca Nacional).
“O Programa Livro Aberto em uma de suas ações, contempla as Bibliotecas Públicas com a atualização dos acervos. Além do que, o SNBP/FBN realiza distribuição da doação de livros, de forma sistemática.
“Desta forma, verifica-se uma certa duplicidade de trabalho como também, de verba, Sugiro que seja realizada uma consulta ao SNBP?FBN, a fim de adequar e agregar esforços.
“Quanto ao Programa de Gerenciamento citado, informo que existem Programas gratuitos para atender as necessidades das Bibliotecas Públicas, não precisando ser adquirido através de compra.
“Faz-se necessário, a apresentação da relação de livros que vão ser adquiridos e, informar quais os critérios que foram adotados para a seleção.
“Na justificativa, seria interessante apontar a fonte de informação utilizada quando é mencionada a situação atual das Bibliotecas Públicas da região Sudeste”.
(A redação é transcrição do parecer redigido pela ilustríssima senhora bibliotecária. Ipsis literis, inclusive as vírgulas).
O projeto mencionava argumentos que não apenas tinham sido feitos para o anterior, que fora aprovado, como estavam expressos no meu livro O Brasil Pode ser um País de Leitores? Particularmente – e seguindo as recomendações da IFLA/UNESCO – o que explicava os critérios para a constituição do acervo. Dizia o projeto: “A constituição dos acervos das bibliotecas a serem implantadas deverá partir de listas elaboradas pelas bibliotecas municipais, ampliadas e complementadas por pesquisa de acervo disponível e com o apoio de eventuais listas de sugestões elaboradas pela FBN ou instituições similares. Um princípio deve nortear a constituição dos acervos: adequação ao público-alvo da biblioteca e às suas necessidades específicas.”
Ao saber – extra oficialmente – das restrições, aproveitei uma viagem ao Rio de Janeiro para conversar com o Sr. Santos Miranda.
O funcionário me declarou que era preciso saber que municípios receberiam as bibliotecas “para não coincidir com os que estavam recebendo o kit do Livro Aberto”, e que a lista de livros era imprescindível para saber “se eram de qualidade”.
Respondi, com a nonchalance possível, que os municípios eventualmente beneficiados seriam determinados pelo patrocinador, e que não entendia porque, se um prefeito fosse ágil o suficiente para conseguir uma biblioteca da BN e outra de um patrocinador, não entendia porque deveria ser punido, sem poder ter as duas. E informei também que o critério de acervo estava especificado e que, apoiado na Constituição Federal, eu não admitia censura: qualquer livro publicado no Brasil poderia integrar o acervo de uma biblioteca pública. Disse também que, ainda que apoiasse as iniciativas de software livre, observava que o Governo Federal frequentemente fazia licitações para adquirir os programas da Microsoft. Software livre não era dogma, muito menos quando exigia a intervenção de programadores externos para ser instalado.
E dei um exemplar do meu livro para o senhor Santos Miranda.
Para encurtar a história, em abril de 2008, a CNIC aprovou – sem aprovar – o projeto. Cortou do orçamento, discricionariamente, valores para aquisição do programa de gerenciamento, diminuiu o volume destinado a compra de acervos, não admitiu que fosse usado outro programa que não o já mencionado e analisado Biblivre, cortou a remuneração dos executores do projeto e condicionou tudo ao envio prévio da lista dos livros adquiridos “com o parecer de uma comissão de três membros, dos quais pelo menos um bibliotecário”.
Íamos recorrer, mas desistimos. Se a senhora Coordenadora-Geral do SNBP/FBN pede, ela mesmo, que o projeto seja analisado por ela mesma, entramos, como diria Stanislaw Ponte-Preta, no perigoso terreno da galhofa. Se a Fundação Biblioteca Nacional se outorga o direito de exercer a censura prévia de livros que entrarão no acerco de uma biblioteca pública, já estamos numa situação mais complicada: os ecos da ditadura, pelo visto, continuam ressoando no casarão da avenida Rio Branco. E com força.
Se o coordenador do Pronac na Biblioteca Nacional declara que não se justifica implantar mais de uma biblioteca em um município, finalmente temos a resposta para a pergunta: A PARTIR DO DIA 25 DE JUNHO, QUANDO FOR “INAUGURADA” A ÚLTIMA BIBLIOTECA DO PROGRAMA LIVRO ABERTO, NEM ADIANTA APRESENTAR OUTROS PROJETOS DE BIBLIOTECAS. A Fundação Biblioteca Nacional, ciosa e orgulhosa de sua façanha, dirá que são redundantes e, portanto, inúteis e lesivos ao interesse público.
É assim que raciocinam aqueles que “gerenciam” os programas de biblioteca do MinC. O que justifica qualificar esses programas como medíocres e autoritários, ainda que se possa dar todo o desconto das boas intenções que calçam essa particular via para o inferno.

Cresce a produção científica brasileira


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Questão de qualidade
Fonte: Agência FAPESP. Data: 14/5/2009.
URL: http://www.agencia.fapesp.br:80/materia/10488/questao-de-qualidade.htm
Por Fábio de Castro
A ciência brasileira ganhou mais visibilidade global: o número de revistas científicas nacionais indexadas na base de dados internacional Web of Science-ISI (WoS) aumentou 205% entre 2002 e 2008.
A razão do aumento, de acordo com especialistas em cientometria e com a empresa Thomson Reuters, responsável pela WoS, é o crescimento do interesse mundial pela pesquisa científica brasileira, considerada de alta qualidade.
Esse aumento da presença brasileira na base WoS não significa que a produção científica nacional tenha crescido no mesmo percentual. Segundo pesquisadores da área de cientometria, ouvidos pela Agência FAPESP, a declaração do ministro da Educação Fernando Haddad de que teria ocorrido no Brasil um aumento de mais de 50% no número de artigos publicados em apenas um ano (de 2007 a 2008), o que seria inédito no país e no mundo, não se justifica.
Segundo José Claudio Santos, gerente regional da Thomson Scientific para a América do Sul, desde 2006 a empresa tem procurado agregar à base de dados uma maior quantidade de conteúdos da região. Com a inclusão de novos periódicos, a presença brasileira na base aumentou 56% de 2007 para 2008."A comunidade internacional estava cobrando isso, porque estão sendo divulgadas continuamente notícias sobre a excelente qualidade da produção científica brasileira, especialmente nas áreas de energias alternativas, agricultura e ciências sociais. Havia demanda por um conjunto de dados que não tínhamos na base e começamos a indexar informação", disse Santos à Agência FAPESP."O que aumentou foi a presença latino-americana na base de dados e o Brasil liderou esse processo de crescimento, o que é excelente. Mas isso não ocorreu devido aos investimentos do governo em ciência, como foi dito. Os investimentos continuam baixos.
A razão maior foi que nos dois últimos anos foram indexadas novas revistas", disse Rogerio Meneghini, coordenador científico do programa Scientific Electronic Library Online (SciELO), criado em 1997 por meio de uma parceria entre a FAPESP e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme).Segundo Meneghini, além da nova orientação da Thomson para englobar países em desenvolvimento, a empresa tem concentrado o foco em áreas temáticas como mudanças climáticas, biodiversidade, saúde pública e algumas disciplinas das ciências sociais.
"O Brasil estava bem em todas essas áreas e, por conta disso, acabou se destacando entre os outros países do continente que ganharam mais espaço na WoS", explicou.
Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo de 12 de maio, Meneghini desmentiu a versão que atribuía aos investimentos federais um suposto aumento na produção científica. Para ele, é possível que o governo tenha se equivocado ao deparar com os dados da WoS."Os dados sobre o aumento da indexação de periódicos brasileiros na WoS não estão disponíveis na internet. Eu os obtive à parte. Quando o governo alardeou os números como se fossem fruto de seus investimentos, logo percebi o equívoco. Acredito, supondo boa fé, que eles tenham se empolgado com os ótimos números e assim chegaram a conclusões erradas", afirmou um dos principais especialistas brasileiros em cientometria.
Meneghini destaca que mais investimentos públicos nas revistas científicas brasileiras poderiam aumentar ainda mais a visibilidade da ciência nacional."Seria preciso criar certas políticas. Não basta investir dezenas de milhões de dólares anualmente para manter um portal que dá aos cursos de pós-graduação acesso às revistas nacionais - embora esse seja um produto importante. É preciso também investir nas revistas nacionais, o que não é feito", afirmou.
De acordo com Santos, os critérios da Thomson para a indexação de revistas impressas e eletrônicas permanecem os mesmos. "Só são indexadas na base as revistas que obedecem a cinco critérios básicos: habilidade de publicar e distribuir a tempo; uso de convenções internacionais para a parte editorial; publicação preferencial em inglês; conteúdo editorial - como resumos e palavras-chave - também em inglês; e diversidade internacional", explicou o responsável pela área comercial, editorial e de estudos bibliométricos da Thomson no continente.
O aumento da participação latino-americana na base WoS, segundo Santos, foi de 154% entre 2002 e 2008. "Em 2002, tínhamos 63 revistas do continente indexadas. Fechamos 2008 com 160, sendo 64 delas revistas brasileiras.
De todos os países - Brasil, México, Chile, Argentina e Colômbia -, o Brasil foi o que mais teve aumento no número de indexações: 205%."Conclusões distorcidasPara Leandro Innocentini Lopes de Faria, professor do Departamento de Ciência da Informação do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), independentemente da maneira como foi divulgado, o aumento da presença brasileira na WoS é animador - com a nova situação, o país passa da 15ª para a 13ª posição entre os países com mais artigos publicados na base de dados."A maneira de divulgar é que foi um tanto estranha, já que o suposto crescimento da produção científica era artificial, provocado pelo aumento do número de periódicos.
Mas a boa notícia é que a ciência brasileira ganhou mais espaço", afirmou o professor.Lopes de Faria é autor de estudo com base na WoS e no Portal Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que será publicado na próxima edição dos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo, da FAPESP.
"Nos indicadores que criamos, analisamos a produção científica considerando que a base de dados utilizada tem uma coleção constante. Se o universo de revistas é o mesmo, podemos calcular o crescimento da produção científica a partir dali. Entretanto, a partir do momento em que a WoS aumenta o número de revistas indexadas, não se pode mais comparar com o ano anterior, ou as conclusões ficariam obviamente distorcidas", afirmou.
Segundo Lopes de Faria, o banco de dados da WoS vinha sendo frequentemente utilizado para a produção de indicadores justamente por manter uma coleção constante de revistas. Em contrapartida, o ponto negativo da base era o fato de que esse conjunto, embora estável, tinha pouca representação de revistas brasileiras."A falta de periódicos brasileiros era muito criticada e agora está havendo um ajuste, deixando o conjunto mais representativo. Mas se trata de um momento de mudança, o que inviabiliza análises conclusivas neste momento. A base só poderá ser usada agora para avaliar o crescimento da produção científica dentro de alguns anos, a não ser que a WoS faça uma inclusão retroativa das edições das novas revistas indexadas que foram publicadas nos últimos anos", explicou.
Importância do SciELO
Segundo Abel Packer, diretor da Bireme e um dos idealizadores do SciELO, ao lado de Meneghini, a melhora na qualidade dos periódicos nacionais foi decisiva para o aumento de sua presença na WoS."Embora tenham ampliado os critérios, eles não os relaxaram. O fato é que há uma grande melhora nos periódicos, que vem sendo explicitada pelo SciELO. Com isso, ficou impossível para os organismos internacionais ignorar a ciência que vem sendo feita no Brasil", afirmou.
Para Packer, o programa apoiado pela FAPESP teve um papel proativo no registro de um aumento das publicações científicas latino-americanas. "O SciELO demonstrou que temos um conjunto significativo de periódicos de qualidade que merece indexação internacional. Temos contribuído para dar às revistas brasileiras maior visibilidade nacional e internacional, o que se reflete em um número grande e crescente de downloads de artigos nas coleções SciELO, além do aumento do número de citações, que reflete o impacto dessa produção científica", disse.
Ao longo do desenvolvimento da coleção SciELO, uma série de periódicos atingiu um número de fator de impacto maior que 1, algo então inédito no país. Isso se deveu, segundo Packer, à constante avaliação crítica feita pelo programa em sua seleção de artigos, cuja consequência é uma melhora de qualidade gradual dos periódicos."Gostaria de fazer uma crítica aos índices internacionais como a WoS, que sempre olharam nossos periódicos como produtos de segunda categoria. Chamávamos há muito tempo a atenção para que nossas revistas tivessem uma cobertura mais ampla devido à sua qualidade. Finalmente obtivemos sucesso, mas essa mudança chegou bem tarde", destacou.
Mais qualidade
Para a cientometrista Jacqueline Leta, professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a notícia de que o Brasil agora passa a ser o 13º país do mundo com mais artigos publicados na WoS deve ser comemorada."É uma excelente notícia. O que é ruim é a forma como foram apresentadas as causas desse crescimento - ele foi causado muito mais pela inserção de mais periódicos na base WoS do que por um aumento das publicações.
A Capes tem grandes méritos, mas não fez nada sozinha", disse.Essa indexação de novos periódicos brasileiros, segundo ela, foi resultado de uma grande negociação e muitas articulações feitas entre a Thomson e a comunidade científica brasileira."Houve todo um processo editorial que levou à melhora em todos os quesitos das revistas, desde a submissão até a publicação. Tudo isso garantiu a esse periódicos uma avaliação melhor. Se não tivessem qualidade, também não entrariam na base", apontou.
Segundo Jacqueline, é preciso ressaltar que as bases como a WoS têm limites de catalogação de periódicos. Por isso seus organizadores restringem a indexação às revistas com maior reconhecimento mundial. "As bases fazem um recorte na literatura científica mundial. Não haveria capacidade técnica ou econômica para incluir todos os periódicos do mundo", explicou.
Os periódicos dos Estados Unidos, segundo Jacqueline, tradicionalmente dominam as bases de dados da WoS. "Se pensarmos em termos demográficos, talvez a China tenha o maior número de periódicos do mundo, mas não está representada de forma tão concentrada como outros países de grande tradição científica. Por isso, a produção científica de um país não é necessariamente proporcional ao número de artigos publicados na base. Os números precisam sempre ser entendidos levando-se em conta a dimensão da base", disse

terça-feira, 12 de maio de 2009

VII Jornadas LCI - Open Source: Ilusão, Opção ou Imperativo


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À semelhança dos anos anteriores, este ano irão realizar-se as VII Jornadas da Licenciatura de Ciência da Informação. Este ano optamos por um tema que é bastante actual e que suscita algumas dúvidas. Terá por tema: "Open Source: Ilusão, Opção ou Imperativo".

As Jornadas realizar-se-ão nos dias 18 e 19 de Maio, dia 18 na Faculdade de Engenharia do Porto e dia 19 na Faculdade de Letras do Porto, e terão início às 14 horas, terminando por volta das 18h30.

O primeiro dia começará com uma sessão de apresentações que contará com a presença de alguns licenciados do curso de Ciência da Informação, seguido de uma intervenção do professor Jaime Villate (Associação Nacional para o Software Livre). Na sessão 2 terá lugar um debate com o título "Open Source Vs Software Privativo" com intervenções de algumas empresas (Microsoft, IportalMais, Peoples Conseil e Datinfor) e ESOP (Associação de Empresas de Software Open Source Portuguesas).

No segundo dia, a sessão 3 será subordinada ao tema "Ferramentas e experiências" e contará com a presença do Instituto de Informática do Ministério das Finanças, SUN Microsystems e Multicert. Na sessão 4, subordinada ao tema "Políticas de Software", onde contaremos com a presença de um representante do Plano Tecnológico, da ODF Alliance, da Agência para a Modernização Administrativa e do Repositório Digital da Universidade do Porto.


A inscrição é gratuita e tem que ser realizada até dia 14 de Maio, pelo email lci.jornadas@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar e indicar o nome, instituição a que pertence (caso aplicável) e um contacto – (e-mail, telefone ou telemóvel).


O certificado das VII Jornadas da Ciência da Informação será relativo aos dois dias do evento e será entregue apenas no segundo dia. No caso do participante só poder estar presente num dos dias do evento, deve indicar no email de inscrição.

Para ver o programa, mais detalhado, das VII Jornadas LCI, clique aqui!

(para ver e guardar o Cartaz em maior definição clique aqui)

Fonte: Webs
ite da Licenciatura em Ciência da Informação

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pesquisas do Google ajudam a prever o futuro


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Dois investigadores pegaram nos índices de popularidade do Google Trends e aplicaram modelos, geralmente, usados na economia para prever futuras tendências de consumo.

Já se sabia que as pesquisas realizadas em motores de busca poderiam ser bastante reveladoras quanto aos anseios da população mundial que tem acesso à Internet – pois agora é a vez de dois investigadores que trabalham para o Google darem a conhecer um estudo que permite apurar quais as tendências de consumo no que toca ao sector das viagens e da compra e venda de casas.

De acordo com a Newscientist, a investigação levada a cabo por Hyunyoung Choi e Hal Varian permitiu reduzir em 15% a margem de erro das estimativas para as vendas de automóveis.

Os responsáveis pela investigação dão vários exemplos do potencial da análise, em tempo real, de pesquisas efectuadas de motores de busca - da pesquisa de termos relacionados com fundos de desemprego que augura tempos pouco animadores para a economia, à análise de potenciais surtos de pandemias. E todas estas previsões só são possíveis porque os motores de busca permitem apurar o que pensa a maioria dos internautas e também o que, eventualmente, fazem a cada momento.

Fonte: Exame Informática

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bibliotecários no Twitter


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Eu pensei em criar um grupo usando algum web service, mas como isso não é funcional pra simples razão de conhecer e se conectar com os bibliotecários brasileiros que estão usando twitter, vocês mesmos podem ir deixando os seus links do twitter nos comentários, ou indicando outros bibliotecários que usam twitter, seja para fins pessoais ou profissionais, que eu vou atualizando a lista aqui. E o post fica como uma referência, uma lista completa de todos os bibliotecários brasileiros que utilizam Twitter

Este foi o post de Moreno Barros no blogue Bibliotecários sem fronteiras/biblioteconomia POP. O apelo já ultrapassou as fronteiras do Brasil...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Ponte de Lima: Mês de Maio recheado de convites à leitura


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Ponte de Lima convida este mês à leitura. Precisamente para incentivar a população a ler mais, a autarquia vai levar a cabo uma série de actividades variadas, cujo ex-líbris será a Feira do Livro, a realizar entre os dias 29 de Maio e 7 de Junho na Expolima.

‘Retalhos de Leitura em família: Mantas Interculturais’ intitula a exposição que inicia o programa de incentivo à leitura - uma mostra que servirá para exibir os trabalhos realizados nas bibliotecas escolares do concelho limiano com os retornos que as famílias deram das leituras efectuadas no âmbito do projecto ‘Diálogos Interculturais’.

Aceda à notícia completa em: Correio do Minho

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Looking to Big-Screen E-Readers to Help Save the Daily Press


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E nas outras áreas, como será? Interessante artigo do NYTimes.com
These devices from Amazon and other manufacturers offer an almost irresistible proposition to newspaper and magazine industries. They would allow publishers to save millions on the cost of printing and distributing their publications, at precisely a time when their businesses are under historic levels of pressure.
Ler o artigo aqui

O consumo de conteúdos digitais está a reinventar a indústria dos meios de comunicação


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A indústria dos meios de comunicação está a passar por um processo de revolução, com as dificuldades inerentes a qualquer processo desta natureza. À medida que os conteúdos e o consumo se tornam cada vez mais digitais, os velhos modelos de negócio baseados num controlo apertado da distribuição de conteúdos premium deixaram de ser relevantes. Com a mudança de um paradigma da distribuição para um paradigma do consumo, as organizações têm que redefinir as suas estratégias.

O equilíbrio do poder está a mudar-se dos donos de conteúdos para as plataformas e dos produtores para os consumidores. Também estão a evoluir diferentes categorias de conteúdos e a adaptar-se a velocidades diferentes. No entanto, não existem soluções simples para contrariar o declínio das receitas nos meios físicos. Mesmo assim, empresas de consultoria como a Forrester procuram ajudar as organizações a garantir que os seus conteúdos online respondem às necessidades dos clientes e aos seus objectivos estratégicos.

Fonte: Newsletter Insight

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Papa ganhará nanobíblia


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Fonte: Info Plantão.
URL: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/papa-ganhara-chip-com-nanobiblia-28042009-13.shl
O menor presente já recebido por um Papa será uma bíblia escrita em hebraico dentro de um chip de silício de 0,5 mm.
Feito para ser lido somente por um microscópio ‘escaneador’ de elétrons, o agrado simbólico é de um grupo de cientistas israelenses, do Instituto de Nanotecnologia do Technion, para o Papa Bento XVI.
Do tamanho da ponta de um alfinete, a "nanobíblia" será entregue entre os dias 8 e 15 de maio, quando o pontífice viajará à Terra Santa.
As 308.428 palavras presente no Velho Testamento foram inscritas por meio de um dispositivo chamado Focused Ion Beam (algo como, ‘feixe de íon centrado’). Se a “caneta” já é tecnológica, o “papel” do invento não poderia ser menos sofisticado: as letras foram escritas em uma camada básica de silício coberta por outra camada de ouro.
A menor bíblia eletrônica do mundo, antes de ir para a mão do Papa, deve ser fotografada para ser exibida nas paredes do Instituto de Física da Universidade de Israel, em um painel de 7x7 metros, possibilitando a leitura do conteúdo a olho nu.
Segundo os inventores, a elaboração da peça tem a missão de incentivar a nanotecnologia e os estudos científicos entre os jovens.

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