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sábado, 5 de setembro de 2009

Clínica cura viciados em Internet


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Uma clínica norte-americana propõe-se a curar viciados em Internet com um tratamento que inclui um afastamento da rede global por 45 dias.

A reSTART, nascida em Seattle, nos EUA, é obra de uma terapeuta que já há vários anos tem tratado casos de pessoas viciados em Internet e jogos de vídeo. Hillary Cash registou o primeiro caso de vício neste género de situações em 1994, quando um paciente perdeu dois empregos e arruinou o casamento por jogar computador.

A terapêutica da clínica, que nasceu numa das áreas com mais empresas tecnológicas dos Estados Unidos da América, inclui aconselhamento psicológico e ajuda os pacientes a criar laços de amizade com os outros viciados, enquanto fazem tarefas domésticas, dão passeios a pé ou fazem exercício, refere o jornal britânico The Guardian.

Esta é a primeira clíncia do género nos EUA, mas a fundadora refere que em países como a China, Coreia do Sul ou Taiwan já existem sítios onde os viciados em Internet podem procurar ajuda.

Para quem suspeita que está viciado em Internet, Hillary Cash tem um questionário disponível online. Uma das questões é: “Sente exaustão crónica por dormir pouco, ganho de pesso por falta de exercício, saúde debilitada por má nutrição ou outro problema físico por estar demasiado tempo a navegar na Internet ou a jogar computador?”.

O tratamento custa cerca de 10 mil euros e prolonga-se por 45 dias de internamento num ambiente sem possibilidade de acesso à Internet.

Fonte: JN

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Comentário do Mauricio Scheinman sobre a dependência da Internet


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Face à pertinência do comentário do estimado Mauricio Scheinman [autor do Blog do Scheinman], na notícia "Dependência da internet passa a ser classificada como problema médico", publicada pelo nosso colaborador Murilo Cunha, tomo a liberdade de evidenciar a mesma de modo a explicitar a sua reflexão sobre um problema que já começa a levantar bastante discussão em várias áreas, desde o campo da saúde, à sociologia, passando pela etnografia, entre outras:

Tive acesso à sua notícia através do diHitt e tive o estímulo de comentá-la face ao importante alerta transmitido.
Estes dias estava assistindo TV e numa reportagem sobre o tempo de permanência das pessoas diante do computador, verifiquei que jovens brasileiros, numa idade de 14 a 18 anos, permanecem cerca de 6 horas por dia conectados à internet.
Comem, divertem-se, socializam, namoram, estudam, fazem tudo pela rede mundial de computadores.
Confesso que cheguei à mesma conclusão tal como a externada em sua notícia. É doença e assim deve ser ser tratado o distúrbio.
O internauta viciado, para mim, está como o alcóolatra ou o viciado em substâncias proibidas. Vai se acabando aos poucos.

Mas há um agravante, tal como ocorre com as jovens bulímicas ou anoréxicas: é a legalidade que reveste a circunstância de estar diante do computador.
Não há qualquer ilícito em navegar na internet.
Até estimulamos as crianças a fazê-lo. As crianças assim são ensinadas. As escolas proporcionam aulas de informática e fornecem conexão à rede mundial de computadores. Em nossas casas sempre há um micro disponível aos nossos filhos.
Daí o perigo que reveste essa nova doença.

Não há nada que a freie ou obstaculize. O micro e a conexão estão lá, aptos a engolir o incauto e esfomeado internauta, sedento por aprender e por sentir novas emoções nesse imenso mundo por aí afora, sem falar nos algozes que muitas vezes, travestidos em peles de cordeiro praticam crimes abomináveis usando como escudo a rede de computadores.
Portanto, compete a nós estabelecermos um freio.

Primeiramente servindo de exemplo e não ficando nós, exageradamente, diante do micro...
Penso em algumas providências simples que talvez possamos adotar, para evitar o distúrbio nos jovens, já que prevenir é melhor do que remediar:
  • a) conexão à internet para lazer com tempo previamente determinado;
  • b) conexão das crianças e jovens, sempre assistida, após estudo e desempenho de demais tarefas quotidianas;
  • c) não disponibilização de computadores para uso exclusivo dos jovens;
  • d) fomento às atividades socializantes, tais como esportes de grupo, teatro, dança, ou seja lá o que for, contato que na companhia de outros jovens;
  • e) internet é prémio e não obrigação;
  • f) nos estudos, há outros meios de pesquisa salvo o uso das ferramentas de busca. Google não é para estudo: é para matar curiosidade. Quer usar a internet para estudar? Ok! Há ótimas bibliotecas e sites disponíveis, inclusive para pesquisas nos mais diversos níveis. Em suma, cautela para não "emburrecer" o jovem;
  • g) uso de filtros no que se refere a sites eróticos e de pornografia;
  • h) obstaculização de conversas online. Que o jovem vá encontrar os amigos no clube, na praça, no térreo do prédio... que vá falar no telefone! Mas ficar "teclando" no micro, nem pensar. Já ter um namorado ou namorada virtual, é coisa de maluco...
Enfim, procurei relacionar algumas providências que tomaria caso tivesse meus filhos por perto e verificasse que os mesmos correm risco no que se refere ao acesso exagerado e doentio à rede mundial de computadores.

Não sei se são dicas recomendáveis, ou apenas meras elocubrações de um pai que pretende ser zeloso e cauteloso.
Mas, dentro de meus princípios, penso que seria o melhor caminho a seguir para não ter um filho ou filha internado num hospital psiquiátrico sofrendo de abstinênca por não ter um micro por perto...
É isso, prezados amigos.
Um abraço!
Mauricio Scheinman

Penso que todos devemos reflectir sobre o impacto da tecnologia e do excesso de informação nas nossas vidas! Se assumirmos uma perspectiva bastante holística sobre os reais impactos na nossa qualidade vida, quais serão as verdadeiras consequências que vamos arcar dentro de alguns anos?
Devemos ou não começar a mediar o acesso e excesso de informação como medida preventiva da nossa saúde mental e física?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A era do tecnoestresse


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Fonte: Correio Braziliense, Brasília. Suplemento de Informática
Data: 27/11/2007

Ele vive cercado por uma parafernália eletrônica. Um computador para baixar desenhos japoneses e games, laptop para conversar com os amigos no MSN e bisbilhotar o Orkut, além de aparelho de som, televisão, guitarra elétrica, celular, iPod. Esses são os companheiros inseparáveis, mas também responsáveis por momentos de angústia do funcionário público Cássio Ferreira Magalhães, 28 anos.
Há algumas semanas, quando faltavam 5% para terminar o download de um programa, Cássio ficou desesperado com a possibilidade da conexão da internet cair e decidiu ficar acordado até o fim do processo. 'A ansiedade e o desespero me consomem diariamente. Vivo cansado e com dores de cabeça. Mas não tem jeito, não abro mão da tecnologia. Eu preciso estar atualizado', diz ele. 'Cheguei ao ponto de desligar o celular para ninguém me achar', revela a tática usada para afastar os amigos.
Ainda não é possível precisar ao certo quantos eles são, mas em uma sociedade onde a demanda por informação é crescente, o número de pessoas com estresse tecnológico, assim como Cássio, aumenta na mesma velocidade em que produtos tecnológicos são despejados no mercado. Um dos problemas identificados é a tendência dos aparelhos eletrônicos ficarem cada vez mais compactos e integrarem várias funções simultâneas: checar e-mail, acessar a web, telefonar. A exposição massiva e constante à informação em tempo real exige enorme disciplina por parte de quem os utiliza. Do contrário, as seqüelas podem ser graves.
'Com a internet, por exemplo, as pessoas não têm noção do total de informação disponível. Por isso, começam a usar os recursos tecnológicos sem ter um foco e têm dificuldade de limitar e controlar o uso da tecnologia. Algumas precisam tomar remédio controlado tamanha ansiedade', ressalta a professora e psicóloga do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Suely Sales Guimarães. Segundo uma pesquisa realizada pela Internacional Stress Management Association (Isma-BR), que ouviu 1,2 mil profissionais entre 25 e 55 anos, de Porto Alegre e São Paulo, 60% dos entrevistados apresentaram sintomas de um tecnoestressado.
Desconfortos como dor de cabeça, cansaço crônico, falta de apetite sexual, insônia e ansiedade estão entre as conseqüências apontadas no levantamento feito pela Isma. Dos entrevistados, 83% disseram sofrer de ansiedade, 63% reclamaram de cansaço crônico (constante), 22% indicaram falta de apetite sexual e somente 18% conseguiram reduzir o uso da tecnologia. 'Trata-se de um fenômeno mundial e bastante preocupante, já que a maioria das pessoas não consegue relacionar os sintomas ao uso da tecnologia por falta de conhecimento', alerta Ana Rossi.
O empresário Luis Benebez, 45 anos, só percebeu os malefícios causados pelo uso do celular e do notebook quando afetou o relacionamento com a família. 'Estava sempre cansado e nervoso, mas achava que era estresse do dia-a-dia. Depois do tratamento, descobri que a tecnologia criava uma ansiedade diária de informação e eu acabava brigando com a minha ex-mulher e meu filho', conta. Após um ano de tratamento com psicólogo, Luis agora desliga o celular antes de dormir e usa o notebook somente no horário de expediente. 'Consegui organizar meu tempo e, hoje, fico mais tempo com a família, faço esportes e aumentei minha produtividade no trabalho', diz.
Ao pensar que viver longe da tecnologia seria a única a forma de tratamento, o comerciante Carlos de Andrade*, 32 anos, relutava em procurar ajuda. 'Não podia ficar sem navegar um dia. Quando a internet caía, eu suava frio. Mas também não queria perder minha esposa', relembra. Prestes a pedir a separação, a esposa de Carlos, Joana de Andrade*, 30 anos, descobriu que, ironicamente, poderia usar o instrumento de vício do marido a seu favor e entrou em contato com a Clínica da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Lá os viciados em internet podem ser tratados por e-mail, sem se identificar.
'O atendimento eletrônico não exclui o atendimento pessoal. A finalidade é sensibilizar e orientar o paciente a buscar uma psicoterapia', explica a coordenadora do projeto, Rosa Sarah. Os casos variam de acordo com a época, mas a maior parte tem relação com traições online, jogos digitais e, claro, o excesso de tempo que as pessoas passam na rede. 'Quando há preocupação com o tempo que alguém fica conectado, dificilmente é o próprio doente, mas alguém próximo que entra em contato conosco', conta Rosa. 'Não há um padrão de ajuda. Cada caso reportado é avaliado de forma individual, e recebe um tratamento diferenciado'.
O grupo trabalha com assuntos ligados à tecnologia desde 1995. Para Joana, o auxílio eletrônico foi fundamental para tratar o marido e salvar o casamento. 'Depois da orientação online, ele finalmente procurou um psiquiatra. Hoje, ele tem consciência de que não é preciso abandonar a tecnologia e, sim, aprender a conviver com ela', diz Joana.
*Nome fictício para preservar a identidade da fonte

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