sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Projeto cria fundo de apoio a bibliotecas
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Publicado por Murilo Cunha
Assunto: biblioteca pública, Fundo Nacional de Apoio a Bibliotecas
Autora: Noeli Nobre.
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 6200/09, do Senado, que cria o Fundo Nacional de Apoio a Bibliotecas (Funab). O objetivo é financiar a construção, a formação, a organização, a manutenção, a ampliação e o equipamento de bibliotecas e acervos em todo o País.
Segundo o projeto, o Funab - um mecanismo de implementação da Política Nacional do Livro (Lei 10.753/03) - funcionará na forma de apoio a fundo perdido ou de empréstimos reembolsáveis. As fontes de receita incluirão:- doações;- legados;- subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive organismos internacionais;- reembolso de empréstimos realizados por meio do fundo;- aplicações em títulos públicos federais;- saldos de exercícios anteriores.
Incentivo
Com a medida, o autor da proposta, senador Neuto de Conto (PMDB-SC), espera incentivar o hábito da leitura entre os brasileiros."A melhor alternativa para aproximar o povo do livro de forma imediata seria a instituição de um grande número de bibliotecas públicas. Bibliotecas de bairro em todas as cidades do País que estivessem no caminho e fizessem parte da vida da dona de casa, da empregada doméstica, do gari, do motorista de táxi, do garoto do futebol, de qualquer cidadão comum", defende o senador.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
URL do Projeto: http://www2.camara.gov.br/internet/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=454679
Comentário:
Sem suporte orçamentário regular a biblioteca pública sempre terá dificuldade em manter a sua sustentabilidade. O Projeto ora em andamento na Câmara dos Deputados é uma ação importante para sanar essa grande falha. É torcer para que o projeto seja aprovado e que seja as bibliotecas públicas sejam contempladas com verbas nos próximos orçamentos federais. Algo similar deveria ser feito a nivel estadual.
Murilo Cunha
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Acesso Livre à Informação Científica. Que desafios para os direitos de autor?
A Palestra irá decorrer no dia 11 de Fevereiro de 2010, às 14 horas, no Auditório B da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Campus de Campolide.
Através deste link pode consultar o programa, a informação sobre os oradores convidados e o folheto de divulgação.
A sessão tem como objectivos:
- Divulgar o projecto Creative Commons Portugal;
- Alertar a comunidade científica para o uso das Licenças Creative Commons na inovação científica;
- Esclarecer a forma de licenciamento dos conteúdos arquivados e disponibilizados através dos Repositórios Institucionais;
- Esclarecer dúvidas sobre os direitos de autor de documentos arquivados e disponibilizados através dos Repositórios Institucionais.
As inscrições são feitas através do email: repositorio@fct.unl.pt. A entrada é livre.
Para mais informações contactar através do email repositorio@fct.unl.pt ou do telefone: 21 294 96 77
Informações em http://biblioteca.fct.unl.pt/CDB/
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Padres devem ser blogueiros, diz papa
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Publicado por Murilo Cunha
Assunto: blogs, Igreja Católica
Autora: Jordana Viotto.
O papa Bento XVI pediu aos padres católicos que utilizem novas formas de comunicação, como blogs, para "espalhar as mensagens do evangelho".
Em sua mensagem para a Igreja Católica no Dia Mundial da Comunicação, no último sábado, o papa afirmou que "as vias de comunicação abertas pelas conquistas técnológicas tornaram-se instrumento útil". Ele refere-se especialmente ao público jovem.
Para o papa, de 82 anos, pelos meios modernos de comunicação, o sacerdote poderá divulgar as atividades da igreja e "ajudar os homens de hoje".
No Brasil, padres populares, como Marcelo Rossi e Fábio de Mello, contam com essas ferramentas.
Em seu site, Rossi tem uma ferramenta de chat para que os usuários se comuniquem e uma mensagem diária. Já Fábio de Mello escreve sobre suas experiências e envia mensagens aos fiéis no seu blog.
Comentário:
O Papa está certo! Finalmente a Igreja Católica percebeu o impacto dos blogs na difusão das informações. Como sabemos, o blog pode ser utilizado em qualquer área temática, sendo, portanto, uma ferramenta útil.
Murilo Cunha
URL dos sítios citados:
www.fabiodemelo.com.br/
www.padremarcelorossi.com.br/
Livrarias
A Book.it, uma marca da Sonae Distribuição que reúne no mesmo espaço livraria, papelaria, publicações e serviços, terá este ano 14 novas lojas em todo o país, que vêm juntar-se às 14 já existentes.
“A Book.it é um projecto de livrarias fora dos grandes centros urbanos (…) A primeira foi em Chaves, depois Tomar, Abrantes, Torres Novas… Temos 14 lojas a nível nacional e este ano queremos abrir mais 14. Queremos ser uma referência cultural na cidade que escolhemos e levar a cultura a todo o país”, disse hoje Rosário Almeida, gestora comercial da Sonae Distribuição, numa apresentação à imprensa.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
“Bibliotecas estão 20 anos atrasadas”
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Publicado por Murilo Cunha
Assunto: biblioteca escolar, biblioteca pública, bibliotecário, Plano Nacional do Livro e Leitura
No comando do maior Conselho de Biblioteconomia do País, Evanda Verri Paulino, a presidente do CRB, que reúne os 8 mil bibliotecários paulistas, defende um novo papel para as bibliotecas e adoção de um modelo híbrido, que integre as unidades municipais, comunitárias e escolares para atender melhor tanto os estudantes como as comunidades em seu entorno. Para ela, que também é professora de Biblioteconomia e Ciências da Informação na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), as bibliotecas devem funcionar cada vez mais como uma espécie de agência educadora e laboratórios de informações.
A atual década tem sido um período de avanços importantes na questão do livro e da leitura no Brasil. Que balanço fazem os bibliotecários sobre esse período?
As iniciativas nas esferas pública e privada são necessárias para estimular a leitura e desenvolver a cidadania no Brasil. Ações importantes têm ocorrido. Entretanto, elas ainda não apresentaram resultados concretos. As diversas pesquisas em Educação ainda reiteram a necessidade de refletirmos sobre os aspectos nos quais ainda estamos falhando. Como bibliotecários e educadores, ajudamos a elaborar os projetos pedagógicos nas escolas e desenvolvemos ações culturais para estimular a leitura e o interesse pela pesquisa e pelo conhecimento. No entanto, nos perguntamos: será que estamos levando em consideração as características e as demandas da comunidade que pretendemos sensibilizar? No mundo globalizado, cada comunidade continua sendo única e especial. E sabemos que a busca pela informação e pelo conhecimento só acontece quando o indivíduo sente necessidade e curiosidade, e está motivado. Nós, bibliotecários, devemos ajudar a despertar e estimular o indivíduo para a leitura, a pesquisa, o saber e o questionamento. Portanto, programas que criam salas de leitura (a maioria sob a responsabilidade de professores readaptados) e se restringem à entrega de livros são insuficientes até mesmo para estimular a leitura no país. A transformação educacional e cultural é gradativa e trabalhosa, envolve um esforço multidisciplinar planejado e integrado, desenvolvido por profissionais preparados e competentes. É importante considerar também que as inovações oriundas da tecnologia da informação têm modificado as relações humanas e os modos de gerar e disseminar conhecimento. Assim, estamos cada vez mais focados em desenvolver competências informacionais, ajudando a preparar os indivíduos para acessar, analisar, filtrar e selecionar informações, para que possam se apropriar de conteúdos de maneira ética e gerar novos conhecimentos. A leitura está presente em todas as etapas desse processo e ajuda a integrar e agilizar o complexo trajeto para buscar e encontrar a informação, essencial para a aprendizagem continuada e para a formação de cidadãos.E o que representa, nesse contexto, o Plano Nacional do Livro e Leitura?
O Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), por meio de projetos, programas, atividades e eventos, busca incentivar a leitura, fazendo com que ela se torne parte do cotidiano do brasileiro. Sem dúvida, o PNLL inclui ações importantíssimas para estimular a leitura, como a implantação de novas bibliotecas e a criação de projetos sociais. No entanto, precisamos ajudar estudantes e jovens a se tornarem usuários autônomos da informação, capazes de acessar e selecionar as informações que melhor atendam às suas necessidades e interesses. Alguns podem até discordar alegando que eles nunca foram tão “independentes” face ao acesso fácil à informação. Mas nós que lecionamos sabemos a dificuldade que esses jovens apresentam na hora de pesquisar e estruturar um texto com conteúdo claro e objetivo, e raciocínio inteligível. E a dificuldade que têm na hora de expor e defender uma opinião e se comunicar com clareza e discernimento para serem bem sucedidos e felizes nos âmbitos pessoal e profissional.
A competência informacional ajuda a fortalecer o repertório de conhecimento prévio adquirido também pela leitura e contribui para a aquisição de competências múltiplas, para o aprimoramento da capacidade de ler, escrever e se comunicar, e para utilizar as novas mídias digitais para manter-se atualizado e disponibilizar, compartilhar e colaborar na geração de novos conhecimentos.
Qual é, na sua opinião, o papel dos bibliotecários nesse novo cenário?
Cabe aos bibliotecários sensibilizar seus parceiros, colegas e superiores, seja em organizações ou em instituições, para a necessidade de criar e implantar programas de capacitação informacional sólidos, abrangentes e permanentes. Hoje, os bibliotecários atuam em bibliotecas públicas, escolares e comunitárias, em agências de publicidade, escritórios de advocacia, em editoras, em instituições públicas e privadas, além de organizar a informação disponível na Internet (sites, blogs e redes de relacionamento, entre outros), trabalho o qual chamamos Arquitetura da Informação.
Na era da informação e do conhecimento, a informação é fundamental para a estratégia do negócio e para a tomada de decisão. Por isso, atuamos em organizações das mais diversas naturezas. Assim como em instituições educacionais, nas organizações trabalhamos para difundir, organizar e democratizar a informação. Trabalhamos para a inclusão informacional e o uso competente da informação. Nas bibliotecas escolares, bibliotecários e professores trabalham em parceria para ensinar ferramentas essenciais na atualidade como: tirar conclusões e decisões embasadas em informações advindas de fontes confiáveis, aplicar o conhecimento em situações distintas e gerar novos conhecimentos. A competência informacional tornou-se uma disciplina tão relevante nos dias atuais como a Matemática, a Arte e a História. O Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo está fazendo um levantamento das bibliotecas escolares exemplares da região, por meio do projeto “Biblioteca Vitrine: uma parceria para ser vista”.
Como as bibliotecas municipais e, sobretudo, as escolares, devem atuar nesse contexto?
A biblioteca escolar deve assumir hoje a posição de “agência educadora” e de “laboratório de informações”, podendo oferecer uma ampla gama de recursos e currículo de capacitação informacional para ajudar os alunos a adquirirem as competências necessárias. Em 2007, a American Association of School Librarians lançou os “parâmetros para o aprendiz do século XXI”, terceira edição do livro Information Power que, desde 1988, enfatiza a necessidade de ensinar o pensamento crítico aliado ao uso da informação. Este estudo mudou o paradigma da atuação das bibliotecas escolares nos EUA. Nesse sentido, o Brasil encontra-se pelo menos vinte anos atrasado em sua abordagem. Em São Paulo, assim como em outros Estados, levando-se em conta nossa realidade, de carência de bibliotecas escolares efetivas e crescimento de bibliotecas comunitárias, talvez pudéssemos começar a implantar o conceito de “bibliotecas híbridas”, nas quais as bibliotecas – públicas, escolares e comunitárias – trabalhariam em parceria, desenvolvendo programas de apoio mútuo com foco na classe estudantil e nas comunidades locais. Para conhecer melhor também as iniciativas voluntárias, decidimos que o tema do IX Prêmio Laura Russo 2010, a ser entregue no Dia do Bibliotecário, 12 de março, será o “Empreendedorismo Social: agente de transformação” (mais informações em www.crb8.org.br).
Comentário:
Excelente entrevista da colega Evanda Verri Paulino, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo. Evanda mostra as diversas facetas profissionais do bibliotecário, que deve atuar em diversas frentes. Mostrou também a urgência de investimentos públicos em recursos humanos, notadamente na necessidade de que cada biblioteca possa ser gerenciada por um bibliotecário preparado para os novos tempos.
Murilo Cunha
Incertezas sobre a web 2.0
Depois de superada a crise da web 1.0 representada pela quebra das companhias pontocom no início do presente século, a web evoluiu para outro modelo menos voltado para o negócio e comércio eletrônico. Esta nova etapa, conhecida como web 2.0 ou redes sociais, baseia-se mais na comunicação entre pessoas e comunidades (many to many frente ao one to one). Nesta etapa, havia esperança de que as empresas de Internet alcançassem sua rentabilidade graças à publicidade e ao tráfego gerado. Isto fez com que os grandes nomes da Internet tomassem atitude frente ao fenômeno das redes sociais buscando novas sinergias (Google-YouTube, My Space-News Corporation, Facebook-Microsoft etc.) ou se introduzissem no negócio dos buscadores (Microsoft-Yahoo).
Simultaneamente, a web evoluiu de forma natural, otimizando as pesquisas. Já não só indexavam páginas web, mas levavam em conta o contexto e o significado (web 3.0 o web semântica). Esta lógica evolução da web obedece a seu design e a sua arquitetura iniciais: compartilhar (sua origem universitário) e deslocar e sobrepor (sua origem militar). Desta maneira, as duas formas de fazer se contrapõem: comunidades virtuais frente a pessoas, blogs versus home pages, directories versus tagging, portals versus RSS, pages views versus cost per click, adversiting versus word of mouth etc. É Netscape frente a Google, e, como consequencia da lógica do negócio, e na atualidade, de todos contra Google.
Mas a atual crise econômica (global, financeira e de confiança) colocou sob suspeita a rentabilidade das redes sociais de modo que, provavelmente, encontramo-nos perante a segunda borbulha, o segundo cybercrash da era Internet. Parecia que a crise econômica não iria afetar Silycom Valley, mas já se observa certo movimento na falha de São Francisco. Em 2008, as redes sociais foram saudadas como antídoto para as empresas tecnológicas, mas hoje parece que o futuro está mais no lítio que no silício. A Nasdaq se desequilibrou como o resto dos setores, e os investimentos em start-ups ficaram escassos. Os mais de 1.200 milhões de pessoas conectadas em redes sociais não conseguiram ainda que YouTube, Facebook ou Tuenti sejam rentáveis. Somente My Space conta com um modelo de benefícios porque está ligado ao tráfego no telefone celular. Enquanto isso, os meios de comunicação estão tentando se adaptar à competência que representa a Internet, sem conseguir resultados importantes.
Mas, na atualidade, a publicidade está em crise, e também deixou de investir na Internet. O cost per mil foi reduzido no último ano em torno de 40%. As pequenas e médias empresas não conseguem entender a Internet. Os anúncios em redes sociais não são atrativos para as grandes companhias, pois não é uma publicidade contextual ao aparecer com outros vídeos, fotos ou links com mensagens contraditórias, e, em alguns casos, negativos para sua estratégia de marca. Os internautas tampouco parecem que sejam tão participativos e ativos na Internet. A regra 90-9-1 criada por Jacob Nielsen parece que se cumpre em todas as comunidades criadas: 90% são audiência, mas não geram conteúdos; 9% são editores ao modificar e opinar sobre o que outros geram, e somente 1% são criadores. Os milhões de blogs são verdadeiros monólogos, sem capacidade de influência e sem que suas opiniões cheguem a ninguém. A escada gerada por Forrester, segmentando de acordo com os diferentes níveis de participação na rede, tampouco parece se cumprir (creators, critics, joiners, spectators, collectors e inactives). As redes sociais evoluirão para o marketing, desenvolvendo novas produtividades e rompendo a lógica pela qual surgiram.
A verdadeira revolução não vem da mão das redes sociais, e sim da aplicação assassina de maior êxito na Internet: os portais P2P. Ou do desfrute online de todo tipo de conteúdos, maquiados por novos intermediários. Um modelo que consiste em intercambiar arquivos gratuitos que outros fizeram trabalhando e investindo seu dinheiro. Até agora, o mercado tem dois lados que se equilibram: os que pagam e os que não. O dia em que se generalizar a escala planetária a gratuidade se acabará a informação contrastada, os bons filmes, séries e música. Estas surgem de um esforço que não se pode traduzir mais que em rendas de trabalho e em benefícios empresariais.
A sociedade amateur, a free culture de Lessing ou a free economics de Anderson são um sonho impossível, que está se convertendo numa nova religião com excessiva ideologia. Os conteúdos financiados somente pela publicidade e os autogerados pelos usuários sem lucro não podem substituir o conjunto dos meios de comunicação e as indústrias do entretenimento ao minguar drasticamente seus recursos. Se abrirá claramente uma brecha entre conteúdos low cost e premium. Assim como agora, uns pagarão a publicidade e outros diretamente os usuários-consumidores. Enquanto isso, a web 2.0 não dá benefícios, e já se fala da web 3.0. Outros põem o prefixo 2.0 em tudo porque está na moda, esperando que caiam as nozes sem balançar a nogueira.
Onde a internet vai parar
Autor: José Paulo Cavalcanti.
Na verdade, ela não vai parar. Vai se transformar - e muito - para poder ser regulamentada
O símbolo do herói moderno, para o filósofo italiano Umberto Galimberti (Il Gioco Delle Opinioni - O Jogo das Opiniões), deveria ser Ulisses, rei de Ítaca, por ter inventado o cavalo de Troia, em cujo ventre se esconderam soldados que à noite abriram as portas da cidade. Porque seria Ulisses portador dos valores básicos que se exigiria de uma sociedade moderna, mentira e astúcia. Retraduzindo essas palavras, para dar-lhes mínimos de dignidade, astúcia passa a ser a "capacidade de encontrar o ponto de equilíbrio entre forças contrárias". Enquanto mentir significa "habitar a distância que separa aparência e realidade"; e, também, "escapar da ingenuidade dos que acreditam que as coisas são, sempre, o que aparentam ser". Com Ulisses, inaugura-se a dupla consciência da realidade e sua máscara. É também o que se passa com a internet, na oposição aparentemente inconciliável entre o hoje e o amanhã. Posto que soluções dadas, atendendo ao que parece indispensável ou razoável no presente, serão capazes de comprometer irreversivelmente o futuro; enquanto a só espera plácida por esse futuro, hoje implausível, pode ser suficiente para degradar o presente a ponto de torná-lo intolerável.
O cenário desse aparente drama é que nos estamos convertendo em uma civilização impressentidamente nova, provavelmente nem pior nem melhor do que as anteriores. Apenas diferente. E talvez ainda não sejamos capazes de compreender, em toda a sua extensão, o "mito da idade da informação". São outros os valores, outros os padrões de organização social, outros os processos de transmissão de conhecimento, alterando as bases tradicionais da economia, da religião, da história, da própria cultura. E a questão já nem é saber se as novas tecnologias da informação vão alterar nossa maneira de viver, mas como o farão. Esse desenvolvimento extraordinário se processa em duas dimensões principais. Uma técnica, que corresponde à melhoria crescente na quantidade, na qualidade e na velocidade de transmissão da informação; outra cultural, interferindo em nossos padrões de convivência, produzindo o que François Brune (A Comunicação Social Vítima dos Negociantes) chama de "mercantilização do imaginário". Nossas cidades, não por acaso, são povoadas por cinderelas suburbanas que sonham, secretamente, com o fausto implausível de uma outra vida que nunca terão. Suspirando escondidas em seus quartos humildes, à espera do príncipe encantado em que se converte diariamente o galã da novela das 8, nas televisões; ou amigos, alguns próximos outros inatingíveis, nos orkuts da vida. Condenadas a viver vidas paralelas, como se a miséria de suas existências exigisse o contraponto desse eldorado a que se chega apenas girando um botão. Ou tocando algumas teclas.
Para o filósofo espanhol Ferrater Mora (Dicionário de Filosofia), "o paradoxo fascina porque propõe algo que parece assombroso seja como se diz que é". E o paradoxo, para a internet, é a pretensão de que deva ser, necessariamente, a única atividade livre de controles democráticos. Porque relações em comunidade são, sempre, construídas a partir de controles sociais. Temos interferências em todos os setores. No tráfego, só podemos dirigir com carteira de habilitação, o carro deve ser emplacado, o cinto de segurança é obrigatório, o sinal vermelho deve ser respeitado, temos contramão, estacionamento proibido, velocidade máxima permitida, e nunca ninguém pensou que esses limites possam violar a liberdade de locomoção, sagrada na Constituição como direito individual e cláusula pétrea. Sendo natural que algum tipo de controle social, democrático, se opere também em relação à internet. Um controle que decorrerá de sua inevitável regulamentação. A internet vai ser regulada quando estiver pronta para ser regulada. Vai mudar, precisamente, para poder ser regulada. Em outras palavras, vai poder ser regulada porque vai mudar. No futuro, claro, quando estivermos todos mortos, talvez. Provavelmente, deixando de ser a internet como a conhecemos hoje, para ser algo parecido. Mantendo só o nome. Ou nem isso.
Apenas para constar seja aqui dito que, no coração das pessoas, pouco a pouco foi-se dando a tragédia. Acabamos confiando nas máquinas cegamente. Primeiro no computador, claro. Depois na internet. Perdemos a razão crítica. Nos desacostumamos a questionar. Duvidar, para gente demais, acaba sendo heresia. Se Deus é onisciência, o novo deus da gurizada existe mesmo, e seu nome é Google (por enquanto). Segundo uma lenda moderna, máquinas não erram. Problema é que erram, por erro do programador ou por conta própria. Estamos desaprendendo a beleza de errar por nossos próprios erros. Tempos faz pesquisei onde estava a mesa, nos velhos romances; e era, sempre, o lugar mais importante da casa. O centro da vida familiar. Na sala de jantar de outros tempos nos olhávamos de frente, uns para os outros. Depois veio a televisão. A família passou a ficar no sofá, ombro a ombro, com a tela na frente. Depois de olhos nos olhos, orelha a orelha. Passamos a nos falar de lado. Sem mais dar importância ao brilho no rosto das pessoas queridas. Mas, na televisão, a gente ao menos está (quase) sempre acompanhado. Computador, ainda pior, é hábito de quem não gosta de olhar de frente. De quem não gosta de gente. Quantos de nós passamos noites inteiras na companhia dessas máquinas que só respondem o que lhes perguntamos? Sem mais tempo para encontrar os amigos. Para jogar dominó em fins de tarde. Estamos começando a viver o mundo terrível do futuro. A democracia da solidão. A conclusão dessa pequena fábula aqui contada, que nem fábula é, será só a de que essa internet de hoje vai mudar. Como também o homem que a digita. Mudarão os dois, pois. Para melhor? Não sei. Ninguém sabe.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
10º Congresso BAD com forte dinâmica 2.0
1 Comentários quinta-feira, janeiro 21, 2010
Publicado por Eloy Rodrigues
Assunto: Associação BAD, Congresso BAD, Web 2.0
O blogue do Congresso, a presença no Facebook e no Twitter, as áreas no Flickr e no Youtube, são ferramentas para a BAD divulgar e promover o 10º Congresso, mas são também úteis instrumentos para todos os potenciais participantes partilharem e obterem informação. E, tal como escrevi no blogue do Congresso, estas ferramentas podem e devem ser usadas para promover o debate e a reflexão (antes, durante e após a realização do Congresso) sobre os temas que preocupam os profissionais portugueses.
Espero ir-vos “encontrando” nas redes associadas ao Congresso nas próximas semanas, e vê-los presencialmente no Centro Cultural Vila Flor em Abril.
Bom Congresso!
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
IVA para livros electrónicos baixa... em Espanha
Los libros electrónicos compartirán con sus réplicas de papel el mismo montante del Impuesto sobre el Valor Añadido (el IVA) y quedará fijado en el 4% (el llamado tipo superreducido). Ese porcentaje es el que grava a bienes como las viviendas de protección ofical, el material escolar o los alimentos de primera necesidad. La medida, anunciada esta mañana por la Ministra de Cultura, Ángeles González-Sinde, en la Biblioteca Nacional, supone la adopción por parte de España de una recomendación aprobada por la Unión Europea el pasado mes de marzo. El IVA del 4% para libros electrónicos es una vieja reclamación de los editores. Hasta ahora era del 16%.Ler mais em El País
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Almoço de amizade e homenagem ao Henrique Barreto Nunes
0 Comentários terça-feira, janeiro 19, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: Associação BAD, BAD Norte Blogue, Henrique Barreto Nunes, Homenagem
Mensagem publicada no BAD Norte Blogue
Caros Colegas:
O Dr. Henrique Barreto Nunes, bibliotecário, como gosta de se apresentar, é um homem a quem a cultura portuguesa muito deve. Natural de Monção, marcado pelos anos que passou em Coimbra como estudante, director da Biblioteca Pública de Braga e, mais recentemente, também do Arquivo Distrital, tem sido verdadeiramente fundamental na cultura da região do Minho e, a nível profissional, na acção das bibliotecas públicas em Portugal: a sua empenhada intervenção na ASPA pela defesa do Património, as intervenções na Minia e na Fórum, a orientação para a leitura pública da sua biblioteca, em busca de um sonho que, com outros colegas, começou a definir em 1983, com o Manifesto sobre a Leitura Pública em Portugal, resumem pouco do muito que fez e tem para fazer.
Para os bibliotecários, o Henrique foi sempre um colega criativo, inovador e competente, amável, prestável, amigo, quer como professor de Leitura Pública, quer como orientador de estágios de nóveis bibliotecários, quer como colega experiente, sempre pronto a fornecer, com a humildade que só os grandes possuem, uma opinião, um parecer, uma orientação. Assim aconteceu com tantas bibliotecas e com tantos bibliotecários.
Estar com o Henrique neste “rito de passagem” em que se faz o balanço da obra feita e se projectam novas acções é um gesto que só pode decorrer da própria natureza da vida e da amizade verdadeiramente sentida pelos seus colegas.
Assim, vínhamos convidá-lo a participar num almoço de homenagem e amizade a realizar no próximo dia 6 de Fevereiro, sábado, às 13.00 h, no PORTO, no Palacete Pinto Leite (antigo Conservatório de Música do Porto), Rua da Maternidade, 3-9.
Com os melhores cumprimentos,António Pina Falcão
Presidente do Conselho Directivo Nacional da BAD
Nota importante:
As inscrições para o Almoço, com o custo de 25 €, deverão ser recebidas na BAD (Rua Morais Soares, nº 43-C 1- Drt – 1900-341 Lisboa), impreterivelmente até 28 de Janeiro, acompanhadas do cheque correspondente, passado à ordem de UNISELF, e referindo o nome do participante, seu endereço electrónico ou contacto telefónico, para possibilitar a confirmação da reserva. Excepcionalmente, poderá ser aceite o pagamento em numerário, até ao dia do Almoço, mas nesse caso sem garantia da reserva e considerando a lotação da sala.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Português entra no Guiness a escrever SMS
1 Comentários sexta-feira, janeiro 15, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: SMS, telemóveis
Num evento promovido por uma marca de telemóveis, que decorreu em Nova Iorque, Pedro Matias conseguiu escrever 264 caracteres em um minuto e 59 segundos, retirando 23 segundos ao anterior recorde mundial.
Em declarações ao site de tecnologia “Engadget”, Pedro diz ter praticado muito e que esta é a sua vocação. “Ter um recorde no Guiness é fantástico”, acrescentou o homem mais rápido do Mundo a escrever mensagens escritas.
O “LG Mobile World Cup” é o primeiro campeonato do Mundo que desafia os concorrentes a escrever mensagens escritas. Na competição, o primeiro prémio foi para a Coreia do Sul, o segundo ficou no EUA e o terceiro prémio foi ganho pela equipa da Argentina.
Fonte: JNBiblioteca de Vila Real expõe segredos encontrados em livros antigos
1 Comentários sexta-feira, janeiro 15, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: biblioteca pública, Exposição, Livro Antigo, Vila Real
O coordenador da instituição, Vítor Nogueira, disse à agência Lusa que estes livros "têm vindo a ser objecto de um amplo processo de conservação e restauro". "Trabalhar na limpeza desses volumes é muitas vezes confrontar-se com pequenos segredos, marcadores improvisados, que ficaram esquecidos, pequenas curiosidades que o tempo e os livros decidiram preservar", salientou.
O responsável referiu que dentro dos livros "aparece um pouco de tudo", desde cartas de amor, dedicatórias, bichos como insectos ou traças, cartões de visita, telegramas, postais ilustrados e até boletins do Totobola com mais de 50 anos. "Esta exposição quer chamar a atenção para a faceta museológica que se quer evidenciar. Não é só catalogar ou restaurar, é também colocar à disposição de quem estiver interessado todo este património literário", afirmou.
Desde que o novo edifício da biblioteca Júlio Teixeira abriu as portas, há três anos, está a ser feito um amplo trabalho de restauro dos livros antigos, muitos dos quais remontam aos séculos XV, XVI, XVII ou XVIII.
Uma parte importante do acervo foi legado pelos conventos de São Domingos e São Francisco, que fecharam as portas no século XIX, mas todos os livros com mais de 50 anos são remetidos para o Fundo Antigo. Aqui, uma equipa de técnicos, procede à sua catalogação, higienização, preservação e manutenção.
Neste trabalho, os técnicos contam com a ajuda dos alunos de Vila Real através do atelier "A minha turma salva um livro", que se realiza regularmente há mais de um ano e que visa a sensibilização das crianças para a conservação do fundo bibliográfico em geral. As crianças colocam as luvas e as máscaras, por causa das poeiras e microrganismos escondidas entre as paginas dos livros antigos, depois passam várias vezes a trincha, sempre de baixo para cima, e no final ajudam a colocar a capa de plástico que passará a envolver e a proteger as publicações.
Segundo Vítor Nogueira, até ao momento foram tratados cerca de 20 por cento dos dez mil livros, havendo por isso, segundo referiu, "ainda muitos segredos por descobrir".
A Biblioteca de Vila Real assinalou 170 anos em Outubro, estando intimamente ligada, na sua origem, à extinção das ordens religiosas masculinas e à nacionalização dos seus bens, que ocorreu na primeira metade do século XIX.
Em 1960, o património da Biblioteca Pública ficou em risco por causa de um incêndio que destruiu a Secretaria da Câmara Municipal, procedendo-se, então, à transferência do seu espólio para uma loja do Mercado Municipal, sem qualquer preocupação na conservação das obras.
Em 27 de Outubro de 2006 foi inaugurado o actual edifício da Biblioteca Municipal Doutor Júlio Teixeira.
Fonte: Público.pt
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Português é a segunda língua no Twitter
0 Comentários quarta-feira, janeiro 13, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: comportamento informacional, lingua portuguesa, redes sociais, Twitter
Os números foram divulgados pela empresa americana Textwise, especializada em análise de conteúdo online, e correspondem a uma amostra de 8,9 milhões de mensagens trocadas por 2,6 milhões de utilizadores do Twitter durante um período de duas semanas.
Das mensagens analisadas, 22 por cento continham um endereço de Internet e seis por cento eram retweets, ou seja, mensagens de outro utilizador que são replicadas.
Fonte: Público.pt
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Modernização de Bibliotecas no Brasil
0 Comentários terça-feira, janeiro 12, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: biblioteca, Bibliotecas Públicas, Brasil, cultura
Prefeituras de municípios com até 20 mil habitantes devem enviar propostas até 25 de janeiro de 2010.
As prefeituras interessadas em participar do edital nacional devem enviar propostas até 25 de janeiro de 2010 para o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas/Fundação Biblioteca Nacional (Rua da Imprensa, nº 16, Sala 1.102 - Palácio Gustavo Capanema – Centro – CEP 22030-120 - Rio de Janeiro, RJ).
O edital está disponível nas páginas eletrônicas do Ministério da Cultura, no link Editais e Premiações, e do Programa Mais Cultura. Os projetos contemplados receberão kit composto de mil livros, mobiliários, almofadas, pufes, tapetes e telecentro digital com 11 computadores conectados à internet banda larga.
Segundo o diretor de Livro, Leitura e Literatura do MinC, Fabiano dos Santos Piuba, a ação tem por objetivo estimular o gosto pela leitura e tornar as bibliotecas espaços culturais dinâmicos e atrativos. “Não é suficiente ter a biblioteca, é preciso que ela seja um espaço cultural dinâmico, apropriado pela comunidade a que atende”, afirma.
Entre 2008 e 2009, o Mais Cultura investiu R$ 22,5 milhões para modernizar 410 bibliotecas públicas municipais em todo o país. Dessas, 299 localizadas nos Territórios da Cidadania.
Outros R$ 21,2 milhões estão previstos para modernizar 576 bibliotecas a partir de 2010, por meio de editais pactuados com os governos estaduais. O Governo Federal investe 66% dos recursos e os estados aportam 33% de contrapartida.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Criador do Facebook diz que as pessoas "já não esperam ter privacidade"
0 Comentários segunda-feira, janeiro 11, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: comportamento informacional, facebook, privacidade, redes sociais
Este fim-de-semana, diante de uma plateia reunida para a atribuição dos Prémios Crunchie - que distinguem, anualmente, os melhores produtos tecnológicos, tendo o Facebook ganho na categoria de melhor produto global de 2009 -, o CEO daquela que é a mais popular rede social do momento indicou que a privacidade já não é uma “norma social”.
“As pessoas sentem-se mais à vontade para partilharem mais informação e diferentes tipos de informação, de forma mais aberta e com mais pessoas”, disse. “A norma social é simplesmente uma coisa que tem vindo a evoluir”.
Zuckerberg disse ainda que a ascensão das redes sociais reflecte as mudanças de atitude entre as pessoas comuns, estimando que esta mudança radical aconteceu apenas há poucos anos.
“Quando comecei [o Facebook, em 2004] no quarto do meu dormitório, em Harvard, a pergunta que as pessoas faziam era - ‘porque é que eu haveria de querer pôr informações na Internet?’ Porque é que eu haveria de querer ter um site?’”.
“Mas depois, nos últimos cinco ou seis anos, os blogues tornaram-se importantíssimos e há uma série de serviços nos quais as pessoas partilham toda a espécie de informações”.
De Harvard para o mundo
Tudo começou em Fevereiro de 2004 no dormitório de Harvard onde Mark Zuckerberg, agora com 25 anos, estudava. Com a ajuda de alguns colegas, Mark desenvolveu uma rede de partilha de perfis através da qual os estudantes da universidade podiam conhecer-se melhor. Demasiado popular para se restringir a Harvard, a rede cedo se expandiu para todo o mundo, deixando de ser um brinquedo de universitários americanos.
As declarações de Zuckerberg do passado fim-de-semana não são, de todo, uma surpresa, uma vez que o Facebook decidiu recentemente mudar as características de privacidade dos seus mais de 350 milhões de utilizadores em todo o mundo.
Mas estas declarações também representam uma mudança do ponto de vista da empresa californiana, que apesar de tudo declara esforçar-se por assegurar uma política de privacidade, permitindo as comunicações particulares entre indivíduos e entre pequenos grupos de pessoas. Esse foi, aliás, um dos segredos do seu sucesso inicial.
Mas nos últimos meses a empresa sofreu uma série de embaraços no domínio da privacidade. Parte do problema reside no facto de o Facebook estar constantemente a mudar os seus serviços. De cada vez que isso acontece, a rede social parece trazer mais e mais dados para o domínio público, enfrentando um crescente coro de críticas.
Uma das decisões polémicas ocorreu em 2006, quando foi introduzido o “feed de notícias” (por oposição ao feed activo), que faz uma actualização das actividades dos amigos.
Um ano depois a empresa lançou o Beacon, um sistema publicitário polémico que permitia aos anunciantes pesquisar as actividades online dos utilizadores. Mais: o Beacon Ads permitia que se tornassem públicas as compras online feitas pelos utilizadores (embora esta funcionalidade fosse opcional). Com este serviço, cada compra convertia-se num meio de publicidade tendo em conta que todos os amigos do comprador estariam a par da aquisição, o que não agradou a muitos defensores da privacidade online.
A onda de contestação em torno do serviço acabou por levar Mark Zuckerberg não só a suspender o serviço como a pedir desculpas publicamente. E pior: o acordo judicial custou à empresa 9,5 milhões de dólares.
Mas a empresa voltou à carga em Dezembro último, quando introduziu uma nova política de gestão das configurações de privacidade de todos os seus utilizadores. Por defeito, os perfis dos utilizadores passaram, então, a estar disponíveis para toda a rede e só mediante acção do próprio utilizador poderão as características originais de privacidade ser repostas.
No seu discurso do fim-de-semana, porém, Zuckerberg salientou a importância de as empresas reflectirem a mudança das normas sociais, a fim de permanecerem relevantes e competitivas.
“Muitas empresas ficam presas às convenções”, disse. “Fazer mudanças na privacidade de 350 milhões de pessoas não é o tipo de coisa que muitas empresas façam”. “Mas nós encarámos isso como uma coisa realmente importante, mantendo uma mentalidade de principiante, e decidimos que, a partir de agora, essas seriam as normas e simplesmente fizemo-lo”.
Nem toda a gente ouviu, porém, as palavras de Zuckerberg com serenidade. De acordo com o “The Guardian”, Marshall Kirkpatrick, do blogue sobre tecnologia ReadWriteWeb, frisou que as declarações de Zuckerberg não são uma “explicação credível” e denunciou a intenção da empresa em mudar as mentalidades das pessoas acerca da privacidade online. Outros críticos rejeitaram a teoria que algumas pessoas, especialmente as mais jovens, estejam a perder o interesse pela privacidade online. “Os miúdos sempre se preocuparam com a privacidade. A noção que têm de privacidade é que parece muito diferente das noções que têm os adultos”, indicou ao “The Guardian” a perita em redes sociais e analista da Microsoft Danah Boyd.
Fonte: Público.pt
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Novo Kindle DX custa 489 dólares
0 Comentários quinta-feira, janeiro 07, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: Amazon, eBooks, Kindle
Os interessados na nova versão do modelo, que tem um ecrã mais largo e memória de 3,3 Gb, podem comprá-lo, em mais de 100 países, por 489 dólares, a partir do dia 19 de Janeiro.
Em finais de Dezembro, a Amazon.com sublinhou que vendeu mais livros digitais que físicos e que o Kindle foi o objecto mais vendido da história da empresa.
Fonte: JN
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Acesso ao Portal da CAPES
0 Comentários quarta-feira, janeiro 06, 2010
Publicado por Murilo Cunha
Assunto: informaçao científica, periódico eletrônico, Portal da CAPES
Data: 4/01/2010.
Professores, pesquisadores, funcionários e alunos das 55 instituições federais de ensino superior (Ifes) têm acesso direto ao conteúdo do novo Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A equipe da Capes liberou o acesso a esses usuários por meio do endereço www.periodicos.capes.gov.br. Antes, o acesso era feito por meio de um banner, publicado na página da Capes e na versão anterior do site do Portal de Periódicos.
O novo Portal incorpora todas as funcionalidades da versão anterior – como a busca por título ou base de dados – e oferece também novos recursos. Um dos destaques é a ferramenta de busca integrada no acervo por meio de uma consulta por autor, assunto ou palavra-chave. Outra novidade é a personalização do acesso ao conteúdo científico e informativo disponível no site.
HistóricoO novo Portal de Periódicos é resultado de um projeto realizado pela Capes em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Ele já havia sido lançado oficialmente no dia 11 de novembro de 2009, por ocasião das comemorações do 9º Aniversário do Portal de Periódicos. A previsão da Capes é que, nos próximos meses, o novo sistema possa ser acessado por todas as 311 instituições usuárias do Portal.
Quase 70% dos internautas brasileiros compartilham conteúdo
0 Comentários quarta-feira, janeiro 06, 2010
Publicado por Murilo Cunha
Assunto: Internet, redes sociais
Compartilhar conteúdo na internet já é um hábito para 45,5 milhões de brasileiros, ou 69% dos internautas do país. Segundo estudo encomendado ao instituto Datafolha pela agência de publicidade F/Nazca, 49% dessas pessoas compartilham fotos e 30% compartilham arquivos de áudio e vídeo.
O estudo também revela que 86% dos pesquisados entram na internet ao menos uma vez por semana, enquanto 37% acessam todo dia. Os meios preferidos de compartilhamento são o site de relacionamentos Orkut, apontado por 54% dos entrevistados, seguido pelo serviço de mensagens instantâneas MSN, escolhido por 45%, enquanto 41% preferem os e-mails para enviar e receber conteúdo on-line.
A pesquisa ainda mostra que o nível de compartilhamento da população varia de acordo com a região do país. Enquanto na região Sul 55% dos internautas têm o hábito de compartilhar, a região Nordeste, que tem a menor renda per capita do mundo, o índice sobe para 77%.
Venda de livro pela internet avança no Brasil
0 Comentários quarta-feira, janeiro 06, 2010
Publicado por Murilo Cunha
Assunto: Associação Nacional de Livrarias, comércio livreiro, Livraria
Menos livrarias brasileiras trabalham com o livro didático. O e-commerce está cada vez mais presente e começa a avançar na participação do faturamento. Persiste a tendência de centralização das livrarias em grandes centros.
Essas são algumas tendências detectadas pelo novo diagnóstico do setor livreiro no Brasil, elaborado pela ANL (Associação Nacional de Livrarias). Desde 2006, a associação não realizava um levantamento do gênero. O estudo deve ficar pronto nos próximos meses, e ser divulgado juntamente com a nova edição do "Anuário Nacional de Livrarias".
Segundo a ANL, um objetivo do estudo é "ser um instrumento utilizado, tanto pelos empresários em suas tomadas de decisões, como pelos dirigentes das entidades que representam este grupo de empresários em suas negociações de políticas para o setor junto ao governo".
Para o presidente da ANL, Vitor Tavares (Livraria Loyola), estas tendências já eram esperadas --não tão positivas, como o fechamento de um grande número de pontos de vendas no Brasil, principalmente devido a "concorrência predatória".
Em outubro do ano passado, Tavares enviou carta ao Ministério da Cultura com sugestões de ações práticas em benefício para os livreiros, como a aprovação de linha de crédito em bancos oficiais para a abertura de pequenas e médias livrarias, desoneração fiscal, criação de cursos para profissionais do setor, entre outras propostas.
A ANL também defende a adoção da lei do preço único para a venda de livros no Brasil, que vigora em diversos países como França, Espanha, Portugual, México e Argentina. Mas a ideia de que os livros sejam vendidos por um preço fixo divide opiniões dentro do setor. O SNEL (Sindicato Nacional de Editores de Livros) e outras entidades são contrários à proposta.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Brontossauros em meu jardim
0 Comentários segunda-feira, janeiro 04, 2010
Publicado por Paulo Barreiro de Sousa
Assunto: Aldo Barreto, Blogosfera, Blogues
A explosão da blogosfera contribuiu para que a discussão de temas relacionados às mais diversas áreas da ciência, como a biologia, a neurociência e a genética, passasse a ser feita de maneira mais leve, de fácil entendimento e totalmente interativa. Bastam alguns minutos de pesquisa em frente ao computador para que se tenha acesso a um vasto conteúdo de textos, imagens e vídeos publicados por pesquisadores, médicos e estudantes.
Segundo os blogueiros cientistas, o retorno por parte do público - seja ele especializado ou não - sempre chega por meio de e-mails ou comentários feitos na própria página, que, dependendo do assunto abordado, chega a registrar uma quantidade considerável de acessos por dia.
Professor da Universidade de Brasília (UnB), um biólogo desenvolveu uma maneira diferente de avaliar as monografias dos alunos que estavam em processo de conclusão de curso no Instituto de Biologia da instituição de ensino. Desde 2008 ele passou a receber os trabalhos dos alunos em formato de blog.
"Alguns materiais são mais formais, outros, mais extrovertidos. Porém, todos eles apresentam o conteúdo obrigatório. Para se ter uma ideia, até o momento, já foram desenvolvidos 57 deles. Um trabalho sobre obesidade, por exemplo, ficou tão bom que os alunos mantiveram a página por um bom tempo", explica o professor.
O Scienceblogs - considerado a maior comunidade científica na rede mundial de computadores - ganhou neste ano uma filial brasileira, gerenciada pelos criadores do antigo Lablogatórios.
Biologia, química e física são alguns dos temas abordados. Um dos blogs hospedados neste grande condomínio batizad de Brontossauros em meu jardim, trata de temas relacionados à biologia de uma maneira bastante descontraída.
Confira alguns endereços de blogs científicos produzidos no Brasil:
Fonte: Correio Braziliense, DF em 04/01/2010Tema: Biologia | Atualizações: média de três atualizações a cada 30 dias.Tema: Genética e biologia molecular | Acessos: média de 200 por dia | Atualizações: duas a três vezes por semana.Tema: Biologia, políticas científicas e bastidores da Universidade de Brasília | Acessos: cerca de 20 mil por mês | Atualizações: uma a duas vezes ao dia, em média.Tema: Neurociência | Acessos: cerca de 1,3 mil por mês | Atualizações: média de 12 textos por mês.
Informação disponibilizada pelo Dr. Armando Malheiro