Face à pertinência do comentário do estimado Mauricio Scheinman [autor do Blog do Scheinman], na notícia "Dependência da internet passa a ser classificada como problema médico", publicada pelo nosso colaborador Murilo Cunha, tomo a liberdade de evidenciar a mesma de modo a explicitar a sua reflexão sobre um problema que já começa a levantar bastante discussão em várias áreas, desde o campo da saúde, à sociologia, passando pela etnografia, entre outras:
Tive acesso à sua notícia através do diHitt e tive o estímulo de comentá-la face ao importante alerta transmitido.
Estes dias estava assistindo TV e numa reportagem sobre o tempo de permanência das pessoas diante do computador, verifiquei que jovens brasileiros, numa idade de 14 a 18 anos, permanecem cerca de 6 horas por dia conectados à internet.
Comem, divertem-se, socializam, namoram, estudam, fazem tudo pela rede mundial de computadores.
Confesso que cheguei à mesma conclusão tal como a externada em sua notícia. É doença e assim deve ser ser tratado o distúrbio.
O internauta viciado, para mim, está como o alcóolatra ou o viciado em substâncias proibidas. Vai se acabando aos poucos.
Mas há um agravante, tal como ocorre com as jovens bulímicas ou anoréxicas: é a legalidade que reveste a circunstância de estar diante do computador.
Não há qualquer ilícito em navegar na internet.
Até estimulamos as crianças a fazê-lo. As crianças assim são ensinadas. As escolas proporcionam aulas de informática e fornecem conexão à rede mundial de computadores. Em nossas casas sempre há um micro disponível aos nossos filhos.
Daí o perigo que reveste essa nova doença.
Não há nada que a freie ou obstaculize. O micro e a conexão estão lá, aptos a engolir o incauto e esfomeado internauta, sedento por aprender e por sentir novas emoções nesse imenso mundo por aí afora, sem falar nos algozes que muitas vezes, travestidos em peles de cordeiro praticam crimes abomináveis usando como escudo a rede de computadores.
Portanto, compete a nós estabelecermos um freio.
Primeiramente servindo de exemplo e não ficando nós, exageradamente, diante do micro...
Penso em algumas providências simples que talvez possamos adotar, para evitar o distúrbio nos jovens, já que prevenir é melhor do que remediar:
- a) conexão à internet para lazer com tempo previamente determinado;
- b) conexão das crianças e jovens, sempre assistida, após estudo e desempenho de demais tarefas quotidianas;
- c) não disponibilização de computadores para uso exclusivo dos jovens;
- d) fomento às atividades socializantes, tais como esportes de grupo, teatro, dança, ou seja lá o que for, contato que na companhia de outros jovens;
- e) internet é prémio e não obrigação;
- f) nos estudos, há outros meios de pesquisa salvo o uso das ferramentas de busca. Google não é para estudo: é para matar curiosidade. Quer usar a internet para estudar? Ok! Há ótimas bibliotecas e sites disponíveis, inclusive para pesquisas nos mais diversos níveis. Em suma, cautela para não "emburrecer" o jovem;
- g) uso de filtros no que se refere a sites eróticos e de pornografia;
- h) obstaculização de conversas online. Que o jovem vá encontrar os amigos no clube, na praça, no térreo do prédio... que vá falar no telefone! Mas ficar "teclando" no micro, nem pensar. Já ter um namorado ou namorada virtual, é coisa de maluco...
Enfim, procurei relacionar algumas providências que tomaria caso tivesse meus filhos por perto e verificasse que os mesmos correm risco no que se refere ao acesso exagerado e doentio à rede mundial de computadores.
Não sei se são dicas recomendáveis, ou apenas meras elocubrações de um pai que pretende ser zeloso e cauteloso.
Mas, dentro de meus princípios, penso que seria o melhor caminho a seguir para não ter um filho ou filha internado num hospital psiquiátrico sofrendo de abstinênca por não ter um micro por perto...
É isso, prezados amigos.
Um abraço!
Mauricio Scheinman
Penso que todos devemos reflectir sobre o impacto da tecnologia e do excesso de informação nas nossas vidas! Se assumirmos uma perspectiva bastante holística sobre os reais impactos na nossa qualidade vida, quais serão as verdadeiras consequências que vamos arcar dentro de alguns anos?
Devemos ou não começar a mediar o acesso e excesso de informação como medida preventiva da nossa saúde mental e física?
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