terça-feira, 7 de setembro de 2010

Arquivo Municipal de Barcelos em risco de se perder




Barcelos corre o sério risco de perder de vista grande parte do seu arquivo histórico.

Actualmente, todos os documentos judiciais, como inventários e escrituras públicas notariais, vão para o Arquivo Distrital de Braga, por imposição legal. Também aquela existente no Registo Predial, e que ainda se vai mantendo por cá, vai, em breve, para Lisboa, findo o processo de digitalização que está em curso.

O arquivo das Finanças, que se encontra amontoado na repartição local, sem as mínimas condições de preservação, poderia, a manter-se no município, ser uma forma singular de se estudar a economia de Barcelos ao longo das décadas.

Os arquivos paroquiais são outro exemplo. Actualmente na Universidade do Minho, um barcelense que queira fazer uma pesquisa terá de dirigir-se, obrigatoriamente, a Braga e perder várias horas de um dia para o fazer quando, se estivesse me Barcelos em poucos minutos acedia à informação pretendida.

Contactada pelo BP há mais de um mês, a Câmara Municipal não respondeu às nossas questões sobre este assunto. Nomeadamente, se pretendia fazer regressar toda a documentação espalhada por vários pontos do país e se já tinha pensado numa localização.
Ainda sem projecto definido, Barcelos irá continuar a ver grande parte do seu vastíssimo património documental fora de portas.


Guimarães e Famalicão são excepções

Apesar destas obrigações legais, Guimarães conseguiu “contornar” a lei a favor do município e tem à sua guarda todos os documentos históricos do concelho no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta.

Famalicão é outro dos concelhos que está a investir no seu Arquivo Municipal, com a Câmara a anunciar, a semana passada, o lançamento do concurso público do novo espaço, através de uma obra orçada em 1,1 milhões de euros e com um prazo de execução de um ano.

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