quarta-feira, 17 de março de 2010

12 de março: Dia do Bibliotecário




Fonte: O liberal, Belem (Pará). Data: 13-03-2010.
Autora: Cristina Alencar.
As Luzes seculares das bibliotecas
CRISTINA ALENCAR
O Dia do Bibliotecário foi escolhido em homenagem ao nascimento do engenheiro eletricista, bibliotecário, escritor, poeta parnasiano, teatrólogo, publicitário, filatelista, jornalista, compositor e humorista Manuel Bastos Tigre. Foi instituído por meio do Decreto 84.631, de 09/04/1980, então assinado pelo presidente da República João Figueiredo. Manuel Bastos Tigre nasceu no Recife, PE, no dia 12 de março de 1882. Estudou no Colégio Diocesano em Olinda, lá compôs os primeiros versos e criou o jornal humorístico O Vigia.
Formou-se pela Escola Politécnica de Engenharia, no Rio de janeiro, em 1906. Exerceu a função de Engenheiro da General Eletric e também foi ajudante de geólogo nas Obras Contra as Secas, no Ceará.
Foi um profissional de múltiplos talentos. Obteve sucesso em todas as áreas que atuou. Como destacado publicitário brasileiro, é dele aquela frase tão utilizada pela Bayer “Se é Bayer é bom”, que correu o mundo, divulgando a qualidade dos produtos da empresa.
Ao fazer um aperfeiçoamento em eletricidade, nos Estados Unidos, chegando lá, conheceu o bibliotecário americano Melvil Dewey, que o deixou interessado pela profissão. Aos 33 anos, Manuel largou a Engenharia e foi trabalhar com a Biblioteconomia. No Rio de Janeiro, trabalhou em três instituições. Em 1915, com estudo sobre a Classificação Decimal prestou concurso para Bibliotecário do Museu Nacional, obteve o primeiro lugar. Sendo assim, é considerado o primeiro bibliotecário por concurso do país. De 1945-1947, trabalhou na Biblioteca Nacional e posteriormente assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil e, mesmo depois de aposentado, trabalhou ao lado do reitor desta Academia, o professor Pedro Calmon de Sá.
Por 40 anos, exerceu a profissão de Bibliotecário. Durante a sua vida foi agraciado com importantes prêmios, entre os quais o prêmio: Paula Brito ou Gutenberg, Morreu aos 75 anos, no RJ, em 1 de agosto de 1957.
Quem é e o que faz o profissional bibliotecário? É um profissional liberal, além de administrar a biblioteca, é o mediador entre a informação e o leitor. Trata a informação e a torna acessível aos interessados, independente do suporte informacional. Ele trabalha em centros de documentação de bibliotecas e pode gerir redes e sistemas de informação além de recursos informacionais e trabalhar com as novas tecnologia.
Em 1911, o primeiro curso de Biblioteconomia foi criado no país, na Biblioteca Nacional, exatamente há 99 anos. Aliás, a BN completa em outubro 200 anos. A profissão foi regulamentada pela Lei 4084 de 30 de junho de 1962. Hoje, existem 42 cursos superiores de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação ou Gestão de Unidades de Informação/Gestão da Informação. No Pará, o curso foi criado em 1963, na UFPA, pelo professor Dr. Clodoaldo Beckmann a pedido do professor e Dr. Silveira Netto então reitor da época.
Temos como pai da Biblioteconomia no mundo São Jerônimo, que traduziu a bíblia do grego e do hebraico para o latim, a obra conhecida como Vulgata. Além disso, ela é considerada a segunda profissão mais antiga do mundo.
Os livros são importantes para a formação das pessoas. No carnaval carioca deste ano, tivemos três escolas de samba que retrataram os livros. A união da Ilha que apostou na literatura com o samba-enredo "Dom Quixote de La Mancha, o Cavaleiro dos Sonhos Impossíveis"; o Salgueiro fez referência à história mundial, os clássicos nacionais - a comissão de frente com os monges copistas e a figura de Gutemberg. A escola campeã, Unidos da Tijuca, no abre-alas mostrou o incêndio da Biblioteca de Alexandria, em que os pergaminhos foram queimados e quantas informações se perderam.
A leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento. O ideal é que todo órgão possua uma biblioteca. A escola precisa formar cidadãos críticos, aptos em busca de soluções para os problemas sociais.
Nota: Cristina Alencar é Bibliotecária da Universidade Federal do Pará.

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