Fonte: Folha de S. Paulo Online. Data: 14/10/2009.
Em meio à insegurança por causa da crise econômica e à revolução digital, a Feira do Livro de Frankfurt abriu nesta quarta-feira (14) ao público. Apesar do momento, os primeiros dados oficiais sobre o número de expositores não refletem uma queda dramática.
No ano passado, 3.337 expositores participaram do evento, uma ligeira baixa em comparação aos 3.312 inscritos nesta edição. Para os especialistas, o pequeno recuo representa a consolidação do setor por meio das fusões.
No entanto, a menor participação de visitantes na feira fica evidente em uma caminhada pelos pavilhões, na comparação com as edições anteriores.
"É incrível poder caminhar sem ser empurrado", comentou um editor após a abertura da feira.
Os editores alemães não sofreram muito com a crise --o setor cresceu 2,8% neste ano-- mas em outros países, especialmente no mundo anglo-saxão, houve queda nas vendas, como disse o diretor da feira, Jürgen Boos.
Há tempos Boos vem insistindo que a pergunta-chave do momento é como o setor editorial pode fechar negócios com conteúdos digitais e ressaltou que a busca de uma resposta pode tornar esta edição da feira uma das mais importantes da história.
Dia do download
Os livreiros alemães lançaram nesta quarta uma iniciativa que pode ser vista como uma tentativa de responder a pergunta. Trata-se de "Download-days", uma atividade que será realizada durante a feira com a participação de Herta Müller, ganhadora do último Prêmio Nobel de Literatura, com sua obra "Atemschaukel".
Em cada um dos dias da feira, os editoriais darão acesso livre a um título que estará pendurado em plataforma digital libreka.de, da Associação de Livreiros Alemães.
Com a abertura limitada, espera-se que os leitores fiquem tentados a comprar os livros, seja no formato digital ou no tradicional. No entanto, há quem duvide da estratégia e considere difícil manter o interesse de compra de um produto que no primeiro momento foi oferecido gratuitamente.
A iniciativa abriu com "Couch Surfing" de Brian Thacker, e segue amanhã com "Atemschaukel". Depois será a vez de "Welt aus Glas", de Ernst-Wilhelm Handler, "Glücklicher Hund", de Nadja Kneissler, e "Adam und Evelyn", de Ingo Schulze.
Após a feira, a plataforma terá continuidade, mas não será diária. Um título ficará à disposição dos leitores todas as terças. As obras digitais oferecidas na feira são romances, com exceção de "Glücklicher Hund", um manual de psicologia canina. Libreka.de está sendo considerada pelos livreiros como uma alternativa ao programa de digitalização do Google, com a vantagem de ser controlado pelas editoras.
Embora os leitores eletrônicos não tenham aderido na Europa com a velocidade estimada há um ano, quando foram apresentados na Feira de Frankfurt, um especialista dos livreiros alemães, Roland Schil, demonstrou convicção que chegará o dia em que essas ferramentas se tornarão parte do cotidiano. Para isso, Schil é imprescindível que os leitores eletrônicos incluam além de livros, outros conteúdos, como jornais.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Livreiros testam ''dia do download''
sexta-feira, outubro 16, 2009
Publicado por Murilo Cunha
Assunto: acesso cultural, comércio livreiro, Feira do Livro de Frankfurt
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 Comentários:
Enviar um comentário