quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Yahoo, Microsoft e Amazon se unem contra biblioteca virtual do Google




Fonte: BBC Brasil. Data 24/8/2009.
Amazon, Microsoft e Yahoo estariam prestes a unir forças para se opor a um acordo que pode transformar o Google na principal fonte online para muitos trabalhos literários, criando a maior biblioteca virtual do mundo.
As três gigantes do setor de tecnologia devem se unir à coalizão Open Book Alliance, liderada pela organização sem fins lucrativos Internet Archive.
A Internet Archive tem se oposto publicamente ao acordo firmado em 2008 entre o Google e editoras e autores e já digitalizou mais de 1,5 milhão de livros, tornando todos disponíveis de graça.
"O Google está tentando monopolizar o sistema de bibliotecas. Se o acordo for fechado, eles realmente serão 'a' biblioteca e a única biblioteca", afirmou Brewster Kahle, fundador da Internet Archive.
Microsoft e Yahoo já confirmaram a participação na Open Book Alliance. A Amazon até o momento não fez comentários, pois a aliança ainda não foi formalmente lançada.
Acordo
O acordo assinado no ano passado foi para encerrar dois processos contra o Google por desrespeito aos direitos autorais, abertos após a empresa ter escaneado livros sem autorização.
O Google concordou em pagar US$ 125 milhões (cerca de R$ 230 milhões) para a criação do Registro de Direitos de Livros, no qual autores e editores poderiam registrar trabalhos online e receber remuneração. Autores e editores receberiam 70% da venda destes livros e o Google ficaria com os 30% restantes.
O Google também ganharia o direito de digitalizar trabalhos cujos donos dos direitos autorais são desconhecidos. Acredita-se que estes trabalhos compreendam até 70% dos livros publicados depois de 1923.
Os comentários a respeito deste acordo deverão ser registrados na Justiça americana até o dia 4 de setembro. No começo de outubro, um juiz de Nova York vai analisar se aprova a abertura de uma ação coletiva contra o acordo.
Paralelamente, o governo americano está investigando o impacto do acordo no mercado.
Enquanto o prazo de 4 de setembro se aproxima, o número de grupos e organizações que são contra o acordo aumenta. Mas, com os três gigantes do setor de tecnologia se juntando ao grupo, a Open Book Alliance poderá ganhar destaque mundial.
Os que criticam o acordo do Google afirmam que ele irá transformar o futuro da indústria de livros e o acesso público ao patrimônio cultural da humanidade que está concentrado em livros.
"Acreditamos que, se (o acordo) for aprovado, o Google conseguirá um monopólio sancionado pela Justiça e a exploração de uma coleção ampla de livros do século 20", afirmou Peter Brantley, diretor de acesso da Internet Archive.
Privacidade
Além do temor de monopólio, o acordo do Google também levanta a questão da privacidade.
A Fundação Electronic Frontier e a organização americana de defesa dos direitos do consumidor Consumer Watchdog, entre outros, enviaram uma carta ao Google para pedir que a companhia garanta aos americanos que “vai manter a segurança e liberdade que frequentadores de biblioteca tem há tempos: para ler e aprender sobre qualquer coisa (...) sem se preocupar se há alguém observando ou se seus passos poderão ser seguidos".
O Google se defende e afirma que o acordo traz muitos benefícios aos autores e vai disponibilizar milhões de livros não impressos na internet e em bibliotecas.
"O acordo do Google Books está injetando mais competição no espaço dos livros digitais, então é compreensível que nossos competidores lutem para evitar mais competição", afirmou a companhia em uma declaração.

0 Comentários:

Arquivo

Categorias