Os cerca de 140 funcionários municipais que têm cargos em comissão em Cachoeira do Sul, cidade de 90 mil habitantes a 200 quilómetros de Porto Alegre, estão obrigados a ler pelo menos um livro por mês. A exigência é feita desde Julho do ano passado pelo prefeito Marlon Santos (PFL).
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Ele explica que, como cidadão, anda cansado de pagar salário para ter em cargos políticos "gente sem competência e que nunca leu sequer um gibi". E adverte que seu acto não tem nada de folclórico. "Não é lulesco e nem severiniano", alfineta.
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Nas entrevistas de admissão, Santos já pergunta se o candidato ao cargo está disposto a incorporar o hábito de ler. "Esse é um dos critérios para a admissão e também para a demissão", avisa o prefeito, vangloriando-se de ter mandado para a rua uma pessoa que debochou da iniciativa.
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Os espertalhões também têm pouca chance. Cada ficha de leitura deve ser entregue à Secretaria de Administração, onde será analisada por um funcionário encarregado de verificar se não houve cola de colegas ou da Internet.
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Seis meses depois do início da experiência, Santos afirma que sua percepção de que a leitura amplia a capacidade dos funcionários está se comprovando. "A comparação das primeiras fichas com as actuais demonstra crescimento", comenta. "Além disso, as pessoas se tornaram mais amáveis e demonstram maior capacidade de reflexão e poder de decisão."
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Os funcionários admitem que, no início, estranharam a exigência, mas confirmam que evoluíram desde que se adaptaram à regra. A assessora do gabinete, Renata Lima Tollens, ensino médio completo, não se limita mais a conferir as colunas sociais e já gosta de ler os jornais inteiros.
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Patrícia vai começar a ler O Código Da Vinci, de Dan Brown. "Vamos montar um central de empréstimos para ampliar o acesso aos livros", promete.
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A auxiliar administrativa Karina Fraga Savegnago, formanda em Biologia, passou dos livros relativos a sua área para os de auto-ajuda, como Pílulas Para Viver Melhor, do cardiologista Fernando Luchese. "São boas dicas para a convivência e para aumentar a auto-estima", afirma.
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Aos 30 anos, o prefeito diz que costuma ler de 20 a 30 livros ao mesmo tempo. O hábito começou na infância, primeiro com revistas em quadrinhos, e depois evoluiu para obras como a autobiografia de Benjamim Franklin e A Ética, de Espinosa, livros que recomenda a todas as pessoas.
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Ao exigir leitura dos funcionários, ele espera evolução semelhante. "Eles começam com romances simples e depois partem para obras mais complexas".
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Fonte: O Estado de São Paulo in CBL
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Informação disponibilizada pelo colaborador
Dr. Murilo Bastos da Cunha
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