Durante palestra na Universidade São Marcos, SP, o filósofo disse não acreditar na inteligência artificial e que está desenvolvendo uma nova geração de linguagem para a Web, que permitirá aumentar o conhecimento humano através do ciberespaço.
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O filósofo Pierre Lévy, um dos mais influentes estudiosos da cibercultura, participou no dia 19 de Setembro, num debate na Universidade São Marcos.
Ele foi o terceiro convidado da série de palestras do Fórum de Debates Permanente Universo do Conhecimento, cujo tema é “Planeta Terra: um olhar transdisciplinar”.
Pierre Lévy é titular da cadeira de Pesquisa em Inteligência Colectiva na Universidade de Otawa, Canadá. Actualmente, um dos seus principais trabalhos é constituir uma nova linguagem da Web que permita a visualização de processos de inteligência colectiva de dados que circulam no ciberespaço.
“Estamos criando uma nova geração de linguagem para aumentar a cognição”, disse Lévy durante a palestra, que lotou o auditório da Universidade São Marcos.
O filósofo Pierre Lévy, um dos mais influentes estudiosos da cibercultura, participou no dia 19 de Setembro, num debate na Universidade São Marcos.
Ele foi o terceiro convidado da série de palestras do Fórum de Debates Permanente Universo do Conhecimento, cujo tema é “Planeta Terra: um olhar transdisciplinar”.
Pierre Lévy é titular da cadeira de Pesquisa em Inteligência Colectiva na Universidade de Otawa, Canadá. Actualmente, um dos seus principais trabalhos é constituir uma nova linguagem da Web que permita a visualização de processos de inteligência colectiva de dados que circulam no ciberespaço.
“Estamos criando uma nova geração de linguagem para aumentar a cognição”, disse Lévy durante a palestra, que lotou o auditório da Universidade São Marcos.
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Ele explicou que esta linguagem terá uma dimensão sintática e semântica. “Não é sintaxe, mas uma nova sintática. O espaço é semântico, cognitivo, intelectual, hipertextual, fractal, complexo”.
A idéia é que o endereçamento seja feito no espaço semântico, ao contrário do usado hoje em dia, que é numérico (digital). A novidade complementa seus trabalhos anteriores sobre as tecnologias da inteligência, a engenharia do conhecimento, a dinâmica ideográfica e as árvores das competências.
Partindo do tema da palestra “Desenvolvimento Humano, Ciberespaço e a União do Conhecimento”, ele chamou a atenção para a correlação entre desenvolvimento humano e as ciências humanas ou sociais.
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Para o filósofo, há uma relação triangular entre desenvolvimento humano, ciências humanas e o ciberespaço. A finalidade das ciências humanas é sustentar o processo de desenvolvimento humano e a do ciberespaço é a possibilidade de viver a inteligência coletiva, que ele define como a capacidade de trocar idéias, compartilhar informações e interesses comuns, criando comunidades e estimulando conexões.
O grande problema é reutilizar o conhecimento que funciona localmente para ser compartilhado entre todos. De acordo com ele, as ciências sociais não dialogam entre si, diferentemente das ciências naturais.
“Um físico pode dialogar com outro em qualquer parte do mundo porque eles têm a mesma linguagem”. A resposta é o ciberespaço. “Mas não é a solução, é apenas uma ferramenta para nos esforçarmos para reunir as ciências humanas, elementos importantes para o desenvolvimento humano”, disse.
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Partindo do primeiro sistema de escrita universal, o alfabeto, que permitiu o desenvolvimento das civilizações, ele chegou à invenção da imprensa para explicar o grande salto dado na evolução humana.
“A imprensa deu suporte para novos sistemas de cognição”. Para ele, as inovações linguísticas são sistemas de representações que acarretam progressos imensos.
“Os sinais transmitidos e compartilhados pelos seres humanos hoje em dia são sinais ubíquos, interconectivos e que provocam acção e reacção autónomas”.
Dentro do ciberespaço, é possível aceder aos dados em tempo real, as publicações podem ser imediatas e equipes de vários países podem trabalhar em conjunto. “Tenho razões para crer que as ciências humanas devem provocar uma revolução, que já está em marcha graças ao uso do ciberespaço, um observatório do funcionamento da sociedade humana”.
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Do transistor à Noosfera
Para Lévy, a utilidade dos computadores foi dada não pela descoberta dos transistores, mas devido à existência de uma linguagem formal própria para a máquina. Com a criação do micro chip e do PC, vieram os servidores e a Internet.
Depois, a Web permitiu a interconexão por meio dos links. Hoje, diz ele, estamos na etapa da Web semântica, onde funcionam sistemas de pesquisa de informações mais potentes, das conexões sem fio como a Wi-Fi (termo que surgiu das palavras "wireless fidelity).
“A Web semântica expressará a inteligência coletiva da humanidade interconectada no ciberespaço”, disse ele.
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O futuro da Web semântica é chegar ao que Lévy chama de Noosfera, ou seja, o aumento da linguagem cognitiva ou a visualização em tempo real da dinâmica global da inteligência colectiva.
Lévy concluiu a palestra dizendo que sua intenção não é desenvolver a inteligência artificial, mas a inteligência ampliada, pessoal e coletiva.
“Não acredito na IA. Os computadores sempre serão auxiliares cognitivos para indivíduos ou grupos. A máquina faz o papel do assistente cognitivo mais poderoso. O que quero é ver o progresso da informática para o aumento do conhecimento humano”, finalizou.
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