As estratégias para gerir o ciclo de vida de dados críticos podem fazer toda a diferença numa organização que anseia por boas oportunidades de negócio.
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Nem só da gestão e do armazenamento vivem as bases de dados de uma empresa. Para tirar partido da informação que detêm, as organizações podem optar por estratégias de Information Lifecycle Management que lhes permite definir o valor e tirar o máximo partido da informação existente.
Mas, se para algumas organizações a informação é sinónimo de matéria-prima determinante na identificação de novas oportunidades de negócio, para outras representa ainda um quebra-cabeças por resolver.
O Semana contactou companhias especializadas neste tipo de soluções, como a IBM, a Unisys, e a Compuquali, e procurou saber o que pode uma solução de Information Lifecycle Management ou ILM fazer pelas empresas que não conseguem gerir toda a informação que possuem.
O Semana contactou companhias especializadas neste tipo de soluções, como a IBM, a Unisys, e a Compuquali, e procurou saber o que pode uma solução de Information Lifecycle Management ou ILM fazer pelas empresas que não conseguem gerir toda a informação que possuem.
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Uma mercado em evolução
Antes mesmo de sabermos o que implica a implementação de uma solução deste género, quisemos saber o que entende o mercado tecnológico por ILM.
A experiência profissional de Francisco Nunes, IT Architect do Systems Technology Group da IBM Portugal, leva-o a definir estas soluções como «conceptualizações processuais que têm por base a gestão do ciclo de vida da informação (dados e metadados) na organização, desde a sua criação até se tornar obsoleta (ou menos crítica)». A ideia subjacente é a de que o valor dos dados (e consequente informação) é relativo durante o seu ciclo de vida. Não será pois de estranhar – a título exemplificativo – que os dados para facturação de uma empresa «sejam de criticidade extrema na altura de facturação e posteriormente o seu valor relativo seja menor (para histórico, por exemplo) até se tornar perfeitamente obsoleto», acrescenta o mesmo responsável.
Assim sendo, faz todo o sentido que a informação crítica seja guardada em dispositvos de storage de elevado desempenho e que quando essa informação deixa de ser crítica, os mesmo dados possam estar noutro tipo de storage de desempenho médio. Desta forma, «nunca se perde de vista a sua disponibilidade, pois, embora esses dados não sejam críticos, pode ser necessário que tenham de ser acedidos com rapidez», refere Francisco Nunes.
No fundo, uma companhia procura estas soluções sempre que é necessário adequar o armazenamento de acordo com a importância relativa dos dados, através da criação de níveis diferenciados de storage. Este é mais rápido para os dados mais críticos e mais económico para os dados menos críticos. «Também sabemos que manipular e gerir essa migração de dados entre dispositivos, tendo por base o seu valor relativo para a organização, seria quase tão penoso quanto fazer a sua gestão nos dispositivos originais», lembra o IT Architect da IBM.
A vantagem está em utilizar políticas automatizadas que façam essa gestão, através da antiguidade de acesso à informação, tamanho, tipo, nome, entre outros elementos.
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Mercado em expansão
Não existem na IDC dados suficientes para a apurar o valor deste mercado no nosso país, mas a procura de soluções de ILM por parte do mercado português «está a crescer de uma forma exponencial», garante o responsável da IBM. O despertar para a necessidade de gestão do ciclo de vida da informação das empresas aparece agora como uma necessidade imperativa. Aliás, é através da gestão do ciclo de vida da informação que as organizações conseguem disciplinar a tarefa árdua da gestão da quantidade massiva de informação com que têm cada vez mais de lidar. Há então que tomar medidas de fundo. Há que «disciplinar o crescimento dos dados» e racionalizar os recursos existentes. Este é o motivo que leva as empresas a procurar cada vez mais soluções para estes novos problemas e o «ILM é a solução», sublinha Francisco Nunes.
A Unisys tem verificado, ao longo dos últimos dois anos que as necessidades das organizações, em termos de armazenamento e gestão de informação, se têm manifestado de forma «mais cuidada e calculada». Luís Simões, sales manager, systems & technology da Unisys Portugal encontra ainda organizações cuja preocupação se centra «na optimização e rentabilização da capacidade disponível instalada, fruto eventualmente de aquisições passadas assentes em perspectivas de crescimento que não se concretizaram». A percepção do real valor das soluções de armazenamento e salvaguarda «tem evoluído», garante este responsável, e é justificado em grande medida pela mudança na forma de encarar a informação quanto à sua importância. Da percepção do “tudo é importante” passou-se para uma nova realidade em que se classifica a informação tendo em conta o seu ciclo de vida e importância para o negócio e actividade das organizações.
Como preocupações centrais, além da disponibilidade e capacidade de recuperação de dados, as organizações elegem a capacidade de gerir cada vez mais dados, diminuindo a complexidade sem aumentar os recursos humanos associados, bem como «a eficiência na utilização e exploração dos diferentes tipos de recursos disponíveis de armazenamento e salvaguarda», diz Luís Simões.
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Adopção de estratégias de informação
Apesar de afirmar que este é ainda um mercado que depende da “evangelização” das empresas para a sua plena expansão, Abel Costa, IT Infrastructure Services manager da Compuquali GFI, garantiu ao Semana, que o nosso país conta já com alguns projectos de ILM conjuntos ou separados de migração ou movimentação de dados, armazenamento, acesso a informação, protecção, políticas de backup/restore, entre outros.
No que se refere às tecnologias existentes e necessárias para a implementação de uma estratégia de ILM, Abel Costa lembrou que existem no mercado muitos produtos individuais focados em determinados aspectos do ILM, porém, «ainda estão numa fase de evolução contínua no sentido de permitir uma melhor gestão do ciclo de vida da informação, numa óptica muito mais abrangente e mais integrada». Com o esperado aumento do volume de dados e de informação na maior parte das empresas modernas, chegou-se a um ponto em que «é fundamental implementar soluções que permitam gerir esse mesmo armazenamento» tendo em conta a importância dos dados e os vários tipos de media existentes, permitindo disponibilizar a informação de uma forma integrada e diferenciada. Ao possibilitar o uso de diferentes tipos de armazenamento para diferentes tipos de informação, consegue-se obter uma solução financeiramente mais vantajosa.
De acordo com o responsável da Compuquali, além das soluções típicas de armazenamento de massa (arrays, libraries, etc.), juntam-se também as appliances que permitem integrar o software que efectua a gestão da solução, que, além dos serviços, é o principal diferenciador neste tipo de soluções.Por outras palavras, numa estratégia de ILM as empresas deverão ter em conta a base de toda a solução: o hardware (sistemas de Disco FC, SATA, SCSI, Biblioteca de Backup, SAN, NAS, CAS...), o qual possibilitará a gestão de políticas de gestão de ficheiros, bases de dados, e-mail, entre outros. Na realidade o «hardware é a fundação para o desenvolvimento do projecto de ILM», garante Francisco Nunes da IBM. Segundo este responsável, o hardware deverá ser integrável, fiável, robusto e, acima de tudo, flexível. Podemos aqui considerar vários níveis de storage em disco, com tecnologias FC, SATA, SCSI e em tape, que permitirão criar pools por cada tipo de tecnologia.
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Autor: Margarida dos Reis Caparica
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