sexta-feira, 17 de junho de 2005

«Blog» - a palavra do ano 2004




O Dicionário Merriam-Webster's declarou-a o termo mais popular em 2004. Por baixo desta "verborreia" digital, está uma revolução juvenil e feminina.
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O dicionário em inglês "online" Merriam-Webster's elegeu a palavra "blog" como o termo do ano, à frente de outras muito procuradas no seu significado como incumbente ou insurgente. "Blog" (blogue) é uma derivação de "web log", atribuída a um tal Peter Merholz - autor de www.peterme.com - que em 1999 passou a soletrar "we-blog", alterando o termo criado dois anos antes por Jorn Barger, editor de "Robot Wisdom". Barger baptizara desta forma original um novo tipo de media digital entretanto emergente e cujo primeiro formato é atribuído a um sítio pessoal criado por Dave Winer em 1996.
Com menos de 10 anos, o jovem medium é hoje um híbrido de diversas formas de comunicação de autor, desde os tão clássicos diários ou panfletos em papel aos sítios pessoais na Web. De uns milhares galgou o ponto crítico em 2001 desde que se massificaram os softwares livres que tornaram a criação de "blogs" uma proeza acessível a "totós". O crescimento desta forma de conversação na Web parece estar a responder a uma "lei" - de cinco em cinco meses duplica, segundo as estatísticas da Technorati.com, que já rasteia mais de 5 milhões de "blogs". A Pubsub.com alega ter sob olho mais de 6,5 milhões e a Perseus Development estima 10,3 milhões no final desta semana.
A este universo já se designa por "blogosfera" e o seu poder de atracção advém de dar voz a milhões de desconhecidos e a outros tantos que os comentam mesmo que em pequenos ou micro-segmentos de público (alguns falam de "nano audiências), numa dimensão jamais vista na história dos media. Para alguns analistas, este tipo de media tornou-se prisioneiro de um excesso de verborreia - "blogorreia", diz Fernanda Bertini Viégas, uma especialista brasileira a trabalhar no MIT Media Lab (criado pelo pioneiro do digital, Nicholas Negroponte) em Cambridge, perto de Boston.
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A revolução social
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O facto social mais curioso é, no entanto, escondido por muitas reportagens nos media - que fazem eco sobretudo dos "millblogs" (dos soldados), dos fazedores de opinião pública, ou dos "voyeurs" de escândalos (que mantém o anonimato ou não). A demografia dos "blogs" é dominada por 53% de "bloggers" entre os 10 e os 20 anos e a maioria são escritos no feminino como meio de "divagação pessoal", segundo os
estudos da Perseus. O impacto desta revolução social na comunicação é motivo de estudo de muitos investigadores, como Fernanda Viégas, uma carioca de 30 anos que trabalha há seis no MIT Media Lab. É uma das investigadoras do Sociable Media Group daquele laboratório em Cambridge, perto de Boston, que analisa a transição do que é ainda, esmagadoramente, um "hobby" para uma dimensão educacional e profissional no futuro. Fernanda dedica-se ainda ao tema da privacidade "online" e da liberdade de expressão envolvidas nos blogues. [...]
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