sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Plataforma de emprestimo de ebooks




Por Nuno de Matos

Nos últimos tempos têm aparecido algumas notícias na imprensa sobre a implementação de uma plataforma portuguesa que irá permitir aos leitores acederem aos acervos de ebooks em qualquer dispositivo com ligação à Internet.

Já em testes finais, esta plataforma, desenvolvida pela Marka, uma empresa portuguesa, bem conhecida nos meios das bibliotecas académicas, que se dedica à distribuição de produtos informativos, assenta, como explicou Manuel Gonçalves Neves ao TeK, no recurso a mecanismos de proteção à cópia (DRM) aplicados aos ebooks (numa parceria com a Universidade de Aveiro), para assegurar que o acesso a estes apenas é feito na medida em que seja permitido pela instituição (ou editor) que detém os direitos sobre os livros, e numa plataforma tecnológica que "guarda" estes ebooks online e permite o acesso aos mesmos pelos utilizadores (autenticados) das bibliotecas.

Tenho lido, em alguns grupos, nas redes sociais, algumas criticas quer ao funcionamento, quer ao negócio que poderá estar por detrás desta plataforma. Estando eu envolvido, através da instituição em que trabalho, em testes feitos à plataforma, posso afirmar que após alguns ajustes, normais no desenvolvimento, a plataforma funciona bastante bem, quer em PC quer em tablets. É possível gerir cada um dos livros de forma independente, os direitos de autor são cumpridos à risca, os utilizadores tem acesso ao livro, 24 horas por dia, conforme as regras pré-estabelecidas pela biblioteca sem ter que se preocuparem com datas de devolução, multas/penalizações...

Nos últimos tempos os formatos eletrónicos, dos ebooks, do acesso à informação tem tido uma evolução em crescendo dando novas possibilidades e abrindo novos caminhos. Primeiro no campo dos periódicos, agora no campo dos livros, as bibliotecas, nomeadamente as universitárias, encontram um novo modelo de negócio. As publicações periódicas vieram abrir o caminho, demonstraram que os utilizadores, quando tem disponível uma plataforma simples, fácil de usar, preferem utilizar/consultar a versão eletrónica. Porque não transportar e conjugar essa facilidade com a vontade dos nossos utilizadores?

A realidade vem demonstrar que os utilizadores estão recetivos, vejam-se as vendas de ebooks nas principais livrarias nacionais e internacionais, as bibliotecas tem a obrigação de seguir o que os seus utilizadores querem. Como utilizadores não será interessante poder requisitar um livro na sua biblioteca a qualquer hora do dia, em qualquer lugar? Para a biblioteca não é interessante aumentar a sua capacidade de suprimir as necessidades informacionais dos seus utilizadores?

Os tempos são outros, são de mudança e as bibliotecas só tem uma escolha que é seguir os tempos, serem agentes da mudança.

1 Comentários:

Geise Ribeiro da Silva on 06 janeiro, 2012 disse...

Adorei as indagações do post!

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