segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Hábito de leitura dos jovens brasileiros




Crianças e adolescentes do século 21 estão antenados com as novidades, mas quase não lêem livros e bons textos
Fonte: Jornal de Brasília
Data: 17 de setembro de 2007.

As crianças e adolescentes do século 21 são antenados e ocupadíssimos. Eles freqüentam a escola, as aulas de inglês, espanhol e francês. Fazem uma atividade física, navegam na internet com desenvoltura impressionante e, é claro, encontram uma brechinha para estar com os amigos. No entanto, os estudantes quase não lêem livros e bons textos e todos os benefícios dessa prática vão ficando para trás.
Com esses hábitos, sabem decifrar perfeitamente letras e palavras, mas nem sempre têm habilidade de entender e interpretar questões de provas, temas de redação e clássicos da literatura. De acordo com a coordenadora de Redação do Colégio Leonardo da Vinci, Maria da Penha Amancio, o fato é preocupante e o problema não atinge somente crianças e adolescentes. "Quem não desenvolve esta prática torna-se um cidadão alienado. Os alunos que entendem o que pedimos em provas e redações são, invariavelmente, aqueles que praticam a leitura e têm uma visão mais crítica em relação aos mais diversos assuntos. Mas o hábito é a condição imposta para se conquistar esta habilidade. É fundamental ler diariamente", explica.
Levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) traz dados reveladores. Quando estão na universidade, época em que a leitura é ainda mais exigida, quase 15% dos estudantes brasileiros não lêem sequer um livro por ano. Pedagogos, professores e especialistas são unânimes: ler é uma prática que se desenvolve desde muito cedo, quando a criança nem foi alfabetizada. "O problema é que a geração atual é totalmente dependente da imagem e adaptada à correria diária", diz Penha.
O professor de Língua Portuguesa Paulo Medeiros acrescenta que a leitura exige isolamento e concentração, o que nem sempre é visto com entusiasmo pelos estudantes. Embora constrangidos, os alunos concordam com o que dizem os coordenadores.
De acordo com a estudante do 2º ano do Ensino Médio, Monique Rodrigues, 16 anos, diante de tantas atividades, ler um livro acaba sendo uma atividade feita somente por obrigação. "Sabemos que a internet e a TV não substituem um livro, mas a leitura está associada à obrigação, à escola e isso acaba nos desestimulando", afirma. Sinndy Wanzeller, 17 anos, reforça o pensamento da estudante. "Os anos que antecedem a entrada em uma universidade são massacrantes, as leituras propostas são em função do vestibular."
Comentário:
Vejam como faz falta a existência de bibliotecas nas escolas brasileiras. Por falta de oferta de leitura o estudante se aproxima dos livros somente por obrigação e/ou para fazer uma tarefa escolar. Assim, a leitura pode ser algo “massacrantes”.
Murilo Cunha

5 Comentários:

Anónimo disse...

Precisamos de mais bibliotecas no nosso país, porém que sejam atuantes nos seus reais objetivos, uma vez que muitas existentes fazem o papel de depósitos de livros. É necessário também estimular os nossos jovens para o hábito da leitura numa parceria com professores e bibliotecários. Murilo, você concorda?

Márcia.

Gaspar Matos on 20 setembro, 2007 disse...

Ler é uma práctica que se desenvolve cedo, tal como emanado do texto, e isso está a ser feito, e muito bem feito, nas bibliotecas portuguesas. O problema é que, quando atingem a adolescência, todo esse trabalho se perde.
E aí é que deve ser feito o esforço, para um trabalho de continuidade. As bibliotecas escolares deveriam ser mais e melhores, obviamente. Existe uma relação estreita entre BE e niveis de literacia e até de resultados académicos. Mas nos apostamos na Educação "para a fotografia".
Um abraço,

http://adrianepandora.blogspot.com

Murilo Cunha on 21 setembro, 2007 disse...

Marcia:
Concordo inteiramente. Uma biblioteca deve ser um organismo vivo e dinâmico e, como tal, deve participar intensamente do processo pedagógico da escola.
Gaspar:
De fato, o hábito de leitura deve ser formado o mais cedo possível. A BE, além do papel de apoio no processo pedagógico das atividades escolares precisa também ajudar o jovem a sentir prazer na leitura. É aqui que entra o dinamismo do bibliotecário escolar, isto é, ser também um animador cultural, não é mesmo?
Murilo Cunha

Isabelle Mello disse...

Murilo,
Tenho 14 anos tomei oo gosto pela leitura com 12 e estimulei a minha irma com 6 anos para que tambem gostasse de ler o problema nao é que o adolescente venha perdendo gosto pela leitura, mas que ele não arranja tempo para ela, pois acha que há coisas mais importantes, porém mais na frente percebe que nao manter o hábito da leitura foi um erro e acaba se prejudicando por causa disso. Talvez a geração futura, que seria a minha, tenham um melhor habito de leitura que a geração passada.

Mas na verdade os adolescentes não se interresam pois a sociedade lhes ensinam que devem opinar , mas com os seus proprios pais nao entendem isso e nos reprimem e a vontade de ficar em casa e nula , por tanto, prefirimos sair a ficar em casa aturando pais e irmao chatos e imcomprendiveis que pra eles so a opinioes deles que valem

Isabelle Mello

Kessya Herondalw disse...

Murilo,
Eu tenho 14 anos, e na minha escola foi lançado um projeto: Lendo o mundo!
Na minha turma tem 10 alunos, mas algo que me deixa intrigada é que enquanto eu li 27 livros desde o inicio do ano, há alunos que leram 5 ou até mesmo 3. A professora regente já tentou fazer de todas as formas com que esses alunos pegassem o hábito pela leitura, mas não consegue. Você indica alguma solução?

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