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Vila-Matas e o futuro do livro "Adivinhar o futuro do livro diante da suposta ameaça digital é como especular com o resultado que seu time favorito obterá no domingo. Você não tem como saber,não faz idéia e é melhor que não faça, porque se o seu time, por exemplo, vai perder de goleada, é inútil quevocê preveja isso, porque não poderá fazer nada por ele, nada para evitar a catástrofe. De modo que o melhor é não se incomodar demais com especulações. Depois de tudo, ocorrerá o que tiver de ocorrer. Mais ainda: na realidade o futuro digital do livro já está escrito, e não creio que em sua escritura eu tenha participado ou venha a participar. "Há pouco mais de dois meses, passaram aqui peloTodoprosa os ecos de uma boa polêmica travada nas páginas do "New York Times" entre o ficcionista JohnUpdike e o jornalista Kevin Kelly, o primeiro declarando-se horrorizado com as previsões do segundo de que o livro como o conhecemos, com autoria, estilo,começo e fim, está prestes a se diluir num grandelivro universal sem autor e sem forma, acessado aos pedaços por mecanismos de busca - a própria internet, pois é. A última edição do caderno cultural Babelia, do jornal espanhol "El Pais", pula no bonde com algum atraso, publicando uma tradução do artigo de Updike. Como contribuição nova ao debate traz um curioso texto de Enrique Vila-Matas, do qual retirei o trecho acima. O fatalismo do autor de "Bartleby e companhia" me deixou meio exasperado, mas, pensando bem, quem pode lhe negar razão? No mínimo, ajuda a entender a atração de Vila-Matas pelo escriturário de Melville.
Bibliografia:
http://todoprosa.nominimo.com.br/?p=93
http://todoprosa.nominimo.com.br/?p=94
El Pais
1 Comentários:
Não creio que os livros irão desaparecer em hipótese alguma. Entretanto é inegável o fato de que cada vez mais livros estão passando para meio digital;mas cabe ressaltar que isso não exclui sua condição física, palpável.
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