(...)O fim "essencial" do Plano é "mobilizar toda a sociedade portuguesa para a importância da leitura" (a propósito: como se "mobiliza" alguém "para a importância"?). Parece que as criancinhas do básico e do secundário não lêem, apesar do dinheiro já desperdiçado no ensino e em bibliotecas. Claro que se o Estado proibisse a televisão e o uso do computador (do "Messenger") e do telemóvel, as criancinhas leriam ou pelo menos, leriam mais. Na impossibilidade de tomar uma medida tão drástica, o Estado pretende "criar um ambiente social favorável à leitura", com uma espécie de missionação especializada. A extraordinária estupidez disto não merece comentário.
Em terceiro lugar, não aceito por que o Plano é inútil. Nunca se leu tanto em Portugal. Dan Brown, por exemplo, vendeu 470 000 exemplares, Miguel Sousa Tavares, 240 000, Margarida Rebelo Pinto vende entre 100 e 150 000 e Saramago, mesmo hoje, lá se consegue aguentar. O Estado não gosta da escolha? Uma pena, mas não cabe ao Estado orientar o gosto do bom povo. No interior, não há livrarias? Verdade. Só que a escola e a biblioteca, ainda por cima "orientadas", não substituem a livraria. E um hiper-mercado, se me permitem a blasfémia, promove a leitura mais do que qualquer imaginável intervenção do Estado. (...)In Público nº 5907 | Domingo, 21 de Maio de 2006
quarta-feira, 31 de maio de 2006
Vasco Pulido Valente a propósito do Plano Nacional de Leitura
quarta-feira, maio 31, 2006
Publicado por Nuno de Matos
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1 Comentários:
Mas o que é que ese senhor percebe de hábitos de leitura, literacia ou de livros. Só mesmo neste país profundamente atrasado é que algumas "eminências" falam do alto da sua cátedra de tudo e de todos com uma sapiência de se lhe tirar o chapéu!
Um bibliotecário
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