Cabine telefónica à inglesa dá lugar a micro-biblioteca em Barcelinhos. 
Projecto resulta de parceria entre a Junta de Barcelinhos, a Câmara de 
Barcelos e a Fundação PT. Fundação Calouste Gulbenkian também deu uma 
ajuda. 
Instalada na margem esquerda do rio Cávado, uma antiga cabine 
telefónica foi convertida na mais pequena biblioteca pública do país. 
Inaugurada a 27 de Março, a "micro-biblioteca" tem sido elogiada por 
utentes e vizinhos.
A criação deste equipamento cultural decorre do programa Livros do Cávado,  uma
 parceria pioneira entre a Junta de Freguesia de Barcelinhos, a Câmara 
de Barcelos e a Fundação PT. Segundo o presidente da junta, José 
Peixoto, a ideia é “dinamizar a zona ribeirinha” da freguesia, 
“complementar a biblioteca da junta” e “incentivar a leitura”. “Deve ser
 uma montra da nossa biblioteca interior”, acrescentou.
A ideia de
 converter a cabine, de estilo inglês, para este efeito partiu da junta 
de freguesia, mas foi a Fundação PT que se encarregou de restaurar “por 
completo” a réplica londrina,e de a transportar de Lisboa para 
Barcelinhos. “Sem essa ajuda seria impossível”, disse  José Peixoto. A 
Fundação Calouste Gulbenkian também contribuiu, atribuindo um subsídio 
de 300 euros para a aquisição de publicações. Os munícipes e fregueses 
também podem ajudar, doando livros à micro-biblioteca. “Já está criada 
uma base de dados para registar todos os livros recolhidos”, acrescentou
 o autarca.
O número necessariamente limitado, por uma questão de 
espaço, de revistas, livros e jornais do dia em exposição nas 
prateleiras da pequena cabine não significa que os utentes rapidamente 
descubram que aqui já não têm nada de novo para ler. As obras 
disponíveis serão periodicamente renovadas com recurso aos cerca de dois
 mil livros do catálogo da biblioteca da junta, em rotatividade. Ainda 
assim, cabe de tudo um pouco na cabine, “desde a poesia a publicações 
científicas”, e os idiomas também serão diversos, uma vez que 
Barcelinhos é um ponto de passagem dos Caminhos de Santiago.
José 
Peixoto garante que o reacção da população tem sido “excelente” e, 
apesar de não haver ainda números actualizados, todos têm desfrutado da 
micro-biblioteca. “Os caminheiros de Santiago, quando chegam de Macieira
 de Rates, sentam-se nas mesas de pedra a apreciar a paisagem”, tornando
 o momento propício à leitura, conta o presidente da junta. Com vista 
para o rio, para a ponte medieval, e para o castelo romano, este é um 
local de referência a nível paisagístico e, por isso, toda a zona 
envolvente foi recuperada.
O autarca adiantou ainda que os 
habitantes da freguesia “vão poder levar os livros para casa” até 
durante uma semana. “Tudo de forma gratuita”, salientou. A tomar conta 
da cabine, que estará aberta das 9h ao meio-dia e das 14h às 17h30, vão 
estar funcionários da junta. Mas à distância, que nesta biblioteca não 
há espaço que chegue para "bibliotecários": brevemente, a cabine vai 
dispor de uma campainha que soará na vizinha biblioteca da junta.
Fonte: Público.pt

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