PCs ganham força nacional, mas acesso à Internet ainda é privilégio
Autoria: Ana Paula Lobo
Fonte: Convergência Digital
URL: http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=183423
Data: 16/09/2007
A matemática fria dos números comprova as recentes discussões em torno do mercado de TI e Telecomunicações no Brasil.
Se na parte dos computadores, os resultados apurados no PNAD 2006 - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgada nesta sexta-feira, 14/09, pelo IBGE, revela que houve um crescimento significativo, principalmente, nas regiões mais desfavorecidas economicamente, o acesso à Internet, por sua vez, manteve a forte tendência de diferenciar o Sul/Sudeste do Norte/Nordeste.
O PNAD 2006 apurou que a evolução dos domicílios com computador foi um dos destaques nos últimos seis anos no País. O levantamento do IBGE constatou que o percentual de PCs nos lares do Brasil subiu de 12,3%, em 2001, para 22,4% em 2006.
O dado é alentador, especialmente, porque revela que o crescimento aconteceu fora do eixo Sul/Sudeste. Os índices foram significativos no Norte urbano (de 6,7% para 12,4%), no Nordeste (de 5,2% para 9,7%), no Sul (de 13,9% para 27,9%) e no Centro-Oeste (de 10,6% para 20,4%), os percentuais praticamente dobraram.
O PNAD 2007, certamente, deverá apresentar um crescimento ainda maior - para 2007, a Abinee prevê que o País irá vender mais de 10 milhões de PCs, mas o estudo do IBGE comprova também que há um largo espaço para o mercado de fabricantes de PCs no Brasil, basta comparar com serviços como Telefonia (74,5%) e televisores (93%).
Internet: Ainda um privilégio
Em compensação, o PNAD 2006, mesmo levando em conta uma defasagem importante, uma vez que ao longo desses meses, o acesso à Internet cresceu no Brasil, revela que a oferta do serviço ainda marca uma profunda desigualdade regional entre o "Rico" Sul/Sudeste, e os "Pobres", Norte e Nordeste.
O levantamento do IBGE apurou que, em 2006, o acesso à Internet ficou em 16,9% comparado ao PNAD de 2005, sendo que os percentuais alcançados no Sudeste (29,2% e 23,1% respectivamente) ficavam em torno do triplo dos percentuais observados no Norte (9,8% e 6,0%) e Nordeste (9,7% e 6,9%).
A tendência, segundo os analistas do IBGE, é que em 2007, apesar de um incremento no índice nacional de acesso à Internet, a desigualdade regional deverá ser mantida, uma vez que muitas localidades no Norte e no Nordeste dependem de infra-estrutura ainda não disponível para acesso banda larga. A maior parte das localidades nessas regiões ainda utiliza a conexão discada como principal meio de infra-estrutura para acessar à Internet.
Comentário:
Como se pode notar pelos dados estatísticos acima o Brasil ainda tem um longo caminho para ampliar o acesso à internet por parte de seus cidadãos. Essa situação também reflete, de forma negativa, nos acessos aos conteúdos informacionais, notadamente aqueles hospedados nas bibliotecas.
Murilo Cunha
Esse problema da falta de acesso à Internet, talvez seja também o alto valor pago por esse serviço.
ResponderEliminarMurilo, você concorda?
Márcia.
Márcia:
ResponderEliminarSim, concordo. No Brasil o custo do acesso (discado ou banda larga) ainda é muito caro. Isto reduz o percentual da população que, de fato, pode ter acesso domiciliar. Daí a importância dos telecentros e da existência de acessos nas poucas bibliotecas públicas e escolares brasileiras.
Murilo Cunha